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Title: Diferenças nos conhecimentos dos/as jovens sobre sexualidade em função da orientação sexual
Authors: Pelixo, Paulo
Sampaio, Ana
Pereira, Dulce
Editors: Vieira, Maria Manuela
Vilar, Duarte
Cunha, Vanessa
Ferreira, Tatiana
Pelixo, Paulo
Pinto, Paula
Sampaio, Ana
Pereira, Dulce Gamito
Keywords: Jovens
Educação sexual
Escola
Família
Sexualidade
Issue Date: Dec-2024
Publisher: Imprensa de Ciências Sociais
Citation: Pelixo, P., Sampaio, A, Pereira, D. G. (2024). Diferenças nos conhecimentos dos/as jovens sobre sexualidade em função da orientação sexual. In: Vieira, M. M., Vilar, D., Cunha, V., Fereira, T. Pelixo, P. Pinto, P. Sampaio, A. Pereira, D. G. (eds) Jovens e educação sexual: contextos, saberes e práticas. Imprensa de Ciências Sociais. 121-139, ISBN 978-972-671-797-3.
Abstract: A sexualidade é uma dimensão muito importante do desenvolvimento humano (Alonso-Martínez et al. 2021, 172; Leivo et al. 2022, 155; Torres-Cortés et al. 2023, 447), com implicações a nível da saúde física e da saúde mental (Barrense-Dias et al. 2020, 166; Morales et al. 2018, 340), nomeadamente para os/as jovens (Fernandéz-Rouco et al. 2019, 1240).1 Para a promoção de uma vivência positiva da sexualidade, a educação sexual é uma estratégia fundamental (Garzón- -Orjuela et al. 2021, 18; Rasberry et al. 2022, 591). Tratando-se de um processo de ensino e de aprendizagem sobre os aspetos cognitivos, emocionais, físicos e sociais da sexualidade, é fundamental que se promova e divulgue amplamente na sociedade um conjunto de competências, de atitudes e de conhecimentos que são determinantes para uma vivência positiva da sexualidade (UNESCO 2018, 25). Quando aplicada em contexto escolar, a educação sexual constitui uma intervenção de saúde pública (Sell, Oliver e Meiksin 2023, 60; Silva et al. 2022, 11910) que pode influenciar positivamente os/as jovens e promover escolhas saudáveis em relação à sexualidade (Gowen e Winges- Yanez 2014, 791; Seiler-Ramadas et al. 2020, 11080). No entanto, a educação sexual tem sido, muitas vezes, concetualizada e aplicada a partir de perspetivas heterossexistas (Holt 2021, 68; Quinlivan 2018, 25), sendo que os programas tendem a não reconhecer de forma significativa os temas relacionados com a orientação sexual (MacEntarfer 2016, 82), invisibilizando e/ou patologizando identidades e comportamentos não heterossexuais (Francis 2017, 56; Gowen e Winges-Yanez 2014, 793; Pampati et al. 2021, 1041). Em Portugal, o tema da orientação sexual tem sido abordado de forma inclusiva na legislação, nomeadamente na Lei n.º 60/2009, que regula a educação sexual nas escolas. Da mesma forma, a proteção dos/as estudantes contra a violência, a discriminação e o bullying, nomeadamente em função da orientação sexual, foram considerados na Lei n.º 51/2012. Desde 2018, no âmbito da Estratégia Nacional para a Igualdade e Não Discriminação, implementaram-se diferentes medidas, nomeadamente em relação ao contexto educacional, de forma a garantir uma maior inclusividade nas escolas (Gato 2022, 21). Contudo, e apesar dos progressos alcançados, o Estudo Nacional sobre o Ambiente Escolar revela que cerca de 75% dos/as jovens inquiridos nunca assistiu a uma abordagem positiva sobre questões LGBTI+ na sala de aula (Pizmony-Levy et al. 2018, 16). Desta forma, são muitas vezes transmitidas mensagens implícitas e explícitas de que as/os jovens LGBTI+ são «diferentes», sendo que essa «diferença» raramente é positiva (Holt 2021, 68). Da mesma forma, o ambiente escolar tende a promover o heterossexismo e a heteronormatividade, desafiando e pressionando alunos/as LGBTI+ (Rawlings 2017, 72). De modo geral, os professores não têm formação profissional sobre questões/necessidades LGBTI+ (Francis 2017, 44; Holt 2021, 68), o que compromete o desenvolvimento de intervenções específicas para estes/as jovens. Neste sentido, as estratégias de educação sexual existentes não correspondem às necessidades de jovens LGBTI+ (Gowen e Winges-Yanez 2014, 794), aumentando vulnerabilidades a nível da saúde sexual e reprodutiva destes, porque não é transmitida informação específica relevante para a vivência das suas sexualidades (Garzón-Orjuela et al. 2021, 17; Silva et al. 2022, 11910). A transmissão de conhecimentos baseados em evidências científicas é um aspeto fundamental de muitos programas de educação sexual (Rasberry et al. 2022, 593; Sell, Oliver e Meiksin 2023, 61), tendo já sido demonstrada uma relação positiva entre a educação sexual e o aumento de conhecimentos dos/as jovens sobre sexualidade (Torres-Cortés et al. 2023, 443; UNESCO 2018, 16). O conhecimento sobre sexualidade é um preditor importante para a diminuição de comportamentos sexuais de risco (Fernandéz-Rouco et al. 2019, 1241; García-Vásquez, Quintó e Agulló-Tomás 2020, 123; Morales et al. 2018, 339), sendo que menos conhecimentos sobre sexualidade se traduzem em maior vulnerabilidade a nível da saúde sexual e reprodutiva (Fernandéz-García, Gil-Llario e Ballester-Arnal 2021, 1240; Mwamba, Mayers e Shea 2022, 2). Existe, assim, uma relação entre os conhecimentos sobre sexualidade e os comportamentos sexuais de risco (Carvalho et al. 2017, 249; Leivo et al. 2022, 155). A inexistência de intervenções específicas a nível da educação sexual conduz muitos/as jovens não heterossexuais a recorrerem a outras fontes de informação sobre sexualidade e relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo, nomeadamente, informação online e pornografia (Gillespie, Armstrong e Ingham 2022, 27; Orte Socias, Sarrablo- -Lascorz e Nevot-Caldentey 2022, 147). Investigação recente sobre esta temática revela que jovens não heterossexuais recorrem mais a informação online do que jovens heterossexuais (Barrense-Dias et al. 2020, 168), sendo que o menor acesso a informação fidedigna sobre sexualidade (Silva et al. 2022, 11911) poderá contribuir para as disparidades verificadas em termos da sua saúde sexual e reprodutiva (Cahill et al. 2021, 501; Pampati et al. 2021, 1042). Tendo em conta esta problemática, definimos como objetivo deste estudo a análise das diferenças nos conhecimentos sobre sexualidade dos/as jovens em função da respetiva orientação sexual. Neste estudo, avaliámos os conhecimentos sobre quatro dimensões fundamentais do conhecimento sobre sexualidade (Carvalho et al. 2017, 251): métodos contracetivos, infeções sexualmente transmissíveis, corpo e sentimentos e sexualidade. Considerando a informação demográfica recolhida por questionário, a orientação sexual foi, numa primeira etapa classificatória, conceptualizada segundo dois grupos, jovens Heterossexuais (H) e jovens Não Heterossexuais (NH). Numa segunda etapa classificatória e à luz das respostas registadas no referido questionário, a orientação sexual foi classificada segundo seis perfis/categorias de atração sexual: rapazes atraídos por raparigas (RRAP), raparigas atraídas por rapazes (RAPR), rapazes atraídos por rapazes (RR), raparigas atraídas por raparigas (RAPRAP), rapazes atraídos por ambos os sexos (RAS) e raparigas atraídas por ambos os sexos (RAPAS), sendo que as duas primeiras englobam os jovens heterossexuais e as restantes englobam os jovens não heterossexuais.
URI: http://hdl.handle.net/10174/39737
ISBN: 978-972-671-797-3
Type: bookPart
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