Please use this identifier to cite or link to this item: http://hdl.handle.net/10174/15291

Title: Literatura no écran: estratégias de legendagem de Shakespeare em português
Authors: Dias, Pedro Miguel
Advisors: Zurback, Christine
Keywords: Literatura inglesa
Literaturas e Poéticas Comparadas
Estudos literários
Estratégias de legendagem
Issue Date: Nov-2002
Publisher: Universidade de Évora
Abstract: Introdução - Conforme este excerto do trabalho de Susanna Jaskanen deixa claro, a tradução audiovisual passou já a fazer parte das preocupações dos investigadores da tradução, embora a maior parte do trabalho produzido se prenda mais às questões técnicas; faltam, por isso, estudos que combinem a teoria com a prática da tradução audiovisual. Apesar daquela nota positiva, certos autores não deixam de referir que a tradução audiovisual continua a enfrentar resistências em alguns locais. Como veremos adiante, alguns investigadores vão mesmo ao ponto de não considerarem a legendagem e a dobragem como formas de tradução. O público, por seu lado, alheio a estas disputas teóricas, continua a ver a tradução audiovisual apenas como um alvo fácil, uma área da tradução que, devido à sua omnipresença e aos constrangimentos técnicos a que está sujeita, é especialmente vulnerável a uma análise imediatista, que destaca os eventuais erros de tradução (ou opções de tradução que são percepcionadas como erros) e propicia avaliações simplistas do tipo "boa tradução/má tradução". Ella Shochat e Robert Stam, num artigo de 1985, sublinhavam este aspecto quando afirmavam: "[...] subtitles offer the pretext for a linguistic game of spot the error". Onze anos mais tarde, ainda José Lambert e Dirk Delabastita chamavam a atenção para a existência de poucas reflexões teóricas sobre esta área, nos seguintes termos: "A I'inertie relative des traductologues, s'oppose sans forcément la contredire la réflexion des practiciens de la traduction audiovisuelle sur les aspects techniques, voire culturels de leur travail. Ce sont surtout les publications de ce type, c'est-à-dire celles qui abordent le sujet dans la perspective de la production des traductions, qui ont été relativement abondantes." Paralelamente a este tipo de abordagem, essencialmente alicerçada na prática da profissão, muitos outros artigos ocupam-se da opção por um sistema de tradução audiovisual ou outro (legendagem versus dobragem), tendo normalmente preocupações mais de avaliação do que de descrição. Nos últimos anos, contudo, esta área de estudos não tem cessado de ganhar visibilidade e os estudiosos da tradução, procurando evitar a armadilha da avaliação, têm vindo a publicar livros e artigos sobre os mais diversos aspectos da tradução audiovisual; muitos deles continuam a ser devedores da experiência de quem se dedica profissionalmente à tradução audiovisual, continuando a incidir preferencialmente (e conforme nota também Susanna Jaskanen) sobre os seus pormenores técnicos: quantos caracteres por linha de legenda, qual a velocidade de articulação para o actor responsável pela dobragem de um filme e temas semelhantes. Estes estudos continuam a ter um papel importante, na medida em que nos permitem entrar em contacto directo com a actividade, conhecer as suas características a partir da sua realidade profissional e mais pragmática. Alguns autores, por outro lado, têm tentado determinar as regras gerais que orientam o trabalho neste ramo específico da tradução ou determinar normas de produção (vejam-se, por exemplo, os trabalhos de Patrick Zabalbeascoa ou Fotios Karamitrogiou); outros autores, ainda, têm vindo a estudar diversos aspectos particulares desta área, procurando contribuir para a nossa compreensão de mais um aspecto particular do todo complexo que é a tradução audiovisual. É isso que tentarei fazer neste trabalho. O meu objecto de estudo são as legendas de filmes baseados em obras de William Shakespeare. Embora seja evidente que os tradutores encarregues dessas legendas estão sujeitos aos mesmos constrangimentos e aos mesmos métodos de trabalho que os seus colegas, algumas afirmações dispersas na literatura sobre esta área de estudos permitem atribuir à legendagem de Shakespeare um estatuto especial, diferente dos outros filmes; Francine Kaufmann, num artigo sobre a tradução para televisão em Israel, declara: "Chez nous, on ne renonce à rarabe que dans des cas exceptionnels [...], par exemple pour des piéces de Shakespeare [...]". Dado que se considera que o texto shakespeareano é merecedor do maior cuidado possível, e sendo que a coexistência de duas linhas de legenda em árabe e em hebraico obrigariam a uma mutilação desse texto, os emissores e os tradutores preferem prescindir de uma das línguas para terem o máximo de espaço à sua disposição. Em face da situação indicada, e partindo duma abordagem descritiva, procurarei identificar as normas que agem sobre a tradução audiovisual (concretamente, e tendo em conta a situação dominante no panorama audiovisual português, a legendagem) de William Shakespeare e desta forma fílmica específica, a adaptação cinematográfica de obras literárias.
URI: http://hdl.handle.net/10174/15291
Type: masterThesis
Appears in Collections:BIB - Formação Avançada - Teses de Mestrado

Files in This Item:

File Description SizeFormat
Pedro Miguel Dias - Tese de Mestrado - 140 698.pdf7.52 MBAdobe PDFView/Open
FacebookTwitterDeliciousLinkedInDiggGoogle BookmarksMySpaceOrkut
Formato BibTex mendeley Endnote Logotipo do DeGóis 

Items in DSpace are protected by copyright, with all rights reserved, unless otherwise indicated.

 

Dspace Dspace
DSpace Software, version 1.6.2 Copyright © 2002-2008 MIT and Hewlett-Packard - Feedback
UEvora B-On Curriculum DeGois