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http://hdl.handle.net/10174/11245
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Title: | Influência de abrigos individuais no crescimento de sobreiros jovens sob condições de clima mediterrânico |
Authors: | Dias, Maria Alexandra Soveral Rodrigues |
Advisors: | Pereira, João Santos |
Keywords: | Clima mediterrânico Trocas gasosas em folhas abrigadas Abrigos individuais no crescimento de sobreiros jovens Sivicultura Sobreiro |
Issue Date: | 1999 |
Publisher: | Universidade de Évora |
Abstract: | "Sem resumo feito pelo autor"; Influência de abrigos individuais no crescimento de sobreiros jovens sob condições de clima mediterrânico
O sobreiro (Quercus suber L.) é uma espécie de grande importância económica e ecológica em Portugal. Ocorre sobretudo nos montados, sistemas de uso múltiplo (agro-)silvo--pastoril onde a sua regeneração é posta em causa por outros componentes do sistema. O uso de abrigos individuais surge, neste contexto, como promissor, permitindo conciliar o uso múltiplo do montado e a sua renovação. Adicionalmente, os abrigos, pelas alterações microclimáticas que produzem, podem beneficiar o crescimento das plantas.
No presente trabalho, estudou-se a variação da intensidade da PAR, temperatura e humidade relativa do ar no exterior e interior de abrigos e os seus efeitos no crescimento, produção de biomassa, sobrevivência e trocas gasosas de jovens sobreiros.
Os abrigos estudados reduzem a luz disponível, aumentam a temperatura média, amplitudes térmicas diárias e humidade relativa nocturna do ar, estando a variação diurna relacionada com o desenvolvimento da planta no interior do abrigo.
O conjunto dos estudos efectuados mostra que os seus efeitos no crescimento e produção de biomassa resultam de um balanço entre os benefícios proporcionados pelas condições de temperatura, e possivelmente de humidade, e as limitações impostas pela redução da luz.
Num dos abrigos usados (Abrigo Baixo), esse balanço afigura-se positivo; nos restantes, é claramente negativo (Abrigo Alto ou Castanho) ou tendencialmente negativo (Abrigos Brancos). A luz disponível surge como o factor crítico, sendo a variação da temperatura muito semelhante entre os diferentes abrigos e a variação da humidade dependente do crescimento da plantas, por sua vez dependente da luz. A presença de orifícios de arejamento mostrou-se vantajosa para o crescimento do sobreiro, em condições de boa disponibilidade hídrica. As folhas desenvolvidas no Abrigo Castanho podem ser fotossinteticamente mais eficientes, sob altas e baixas intensidades luminosas e temperaturas entre 20 e 40 C, o que é, todavia, insuficiente para ultrapassar a desvantagem da redução da luz no interior do abrigo. O aumento da produção de biomassa está associado a um acréscimo generalizado dos parâmetros de crescimento. O inverso sucede quando a produção de biomassa é reduzida, sendo todos os parâmetros negativamente afectados com excepção da altura. A produção de ramos tem um papel crucial pela sua influência no número de folhas e área foliar.
Apesar dos resultados promissores obtidos após uma estação de crescimento com plantas envasadas, o Abrigo Baixo não se mostrou adequado para promover o estímulo do crescimento do sobreiro. Após sete anos, não há diferenças de altura entre plantas abrigadas e testemunha, o diâmetro basal do tronco foi reduzido e a mortalidade é superior. A altura insuficiente do abrigo e a ocorrência de temperaturas muito elevadas associadas a stress hídrico durante o período estival, possivelmente agravadas pela precoce queimadura do abrigo, poderão explicar estes resultados. O Abrigo Alto ou Castanho após sete anos, revela-se efectivo na promoção do crescimento em altura, sem prejuízo significativo da sobrevivência das árvores. No entanto, o diâmetro basal do tronco foi reduzido e muitas plantas abrigadas não adquiriam a capacidade de se auto-suportarem.
O uso de abrigos individuais na protecção de jovens sobreiros poderá justificar-se nalgumas circunstâncias apenas pelos benefícios silvícolas do estímulo do crescimento em altura. No entanto, o seu uso poderá promover o crescimento e produção de biomassa (não apenas o crescimento em altura) desde que a redução da intensidade luminosa não apague os benefícios das outras condições internas (temperatura, humidade e eventualmente concentração de CO2) e que não se registem temperaturas extremas. Um abrigo com as características ópticas do Abrigo Baixo, a altura e durabilidade dos outros abrigos usados e provido de orifícios que facilitem a circulação do ar poderá constituir o abrigo ideal para esta espécie, no nosso clima.
- S u m m a ry - Tree shelter effects on cork-oak growth in a mediterranean
climate
Cork-oak (Quercus suber L.) is a species with great economical and ecological value in
Portugal, occurring mostly in the montados (oak-dominated dryland Mediterranean
forests), where the tree natural regeneration is endangered by pasturage and agriculture. The
use of individual tree shelters in the protection of cork-oak seedlings is a promising
technique making possible multiple land use and tree regeneration. Besides, microclimate
changes in shelters may enhance plant growth, specially height growth during the first
years. In this work we study the effects of shelters on PAR, air temperature, relative
humidity, growth, survival and gaseous exchange of young cork-oaks.
The overall effects of tree shelters in growth and biomass production result from the
balance between the beneficial effects of temperature and probably humidity and the
limitations imposed to photosynthesis by the reduction of light intensity. In one of the
shelters studied (PVC Grow-Cone, with a lower PAR reduction), this balance is positive
after one growing season with the overall growth and biomass production improved. In the
others (corrugated brown polipropilene Sheltatree, and corrugated white polipropilene
Akiplant, "aerated" and "not aerated") the balance is negative after one and two growing
seasons, biomass production is reduced as well as stem enlargement, ramification, leaf
number and plant leaf area. Nevertheless, all shelters increase height growth and, in one
case, mantained for as long as seven years. In some conditions, stimulus of height growth is
a silvicultural benefit by itself, justifying the use of shelters. Light availability inside
shelters appears as the critical factor, because temperature variation is very similar among
the shelters and the humidity closely depends on plant growth which depends on the
availability of light. Aeration by lateral holes is advantageous to cork-oak growth and
biomass production under mediterranean climate, provided that enough water is available.
Leaves developed inside Sheltatree can photosynthesise more efficiently, both under high or
low light intensities and temperatures between 20 and 40 C, but this is not enough to
counter the disadvantage of light reduction.
Biomass increases are tied with the remaining growth parameters. Likewise, biomass
reductions are associated with other growth decreases, except in height. Shelter effects on
ramification are crucial because it regulates leaf production and therefore total leaf area.
Although promising after one growing season in pot culture, the Grow-Cone is not
deemed fit to grow cork-oak in dryland conditions. After seven years, plant height was
similar to the nil treatment (no shelter), stem diameter and survival were reduced.
Insufficient height of the shelter, very high temperatures during the dry summer, probably
associated with early deterioration and blackening of the plastic can account for these
results. The other shelter tested in dryland conditions (Sheltatree) was more durable, did not
affect survival and effectively stimulated height growth, with differences persisting seven
years after plantation; however, stem diameter is reduced and many plants are unable to
sustain themselves.
The use of tree shelters to protect young cork-oaks is adequate to enhance growth and
biomass production, provided that extreme temperatures or lasting periods of drought do
nor occur. In addition, light reduction must be small in order that gains by temperature,
humidity are not erased. The combination of the optical characteristics of Grow-Cone, the
height and durability of polipropilene shelters and holes for aeration, is likely to result in
the ideal shelter for this species in a mediterranean climate. |
URI: | http://hdl.handle.net/10174/11245 |
Type: | doctoralThesis |
Appears in Collections: | BIB - Formação Avançada - Teses de Doutoramento
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