Adesão da população feminina ativa ao treino de força: motivações, barreiras e papel na autoestima e satisfação corporal

Abstract

Contextualização: A adesão das mulheres ao treino de força (TF) tem vindo a tornar-se um tema de crescente relevância nos últimos anos. Mais mulheres estão a aderir ao TF, reconhecendo o seu papel, não só no seu bem-estar físico, mas também mental. Porém, existem ainda algumas barreiras que podem impedir a sua adesão. Objetivos: Analisar a adesão das mulheres ativas ao TF, com foco nos fatores que as motivam ou impedem de praticar esta atividade; analisar o papel do TF na autoestima e satisfação corporal. Metodologia: Estudo transversal observacional em que 240 mulheres fisicamente ativas (30.69 ± 8.87 anos) responderam a um questionário sobre hábitos de treino, motivações e barreiras associadas à adesão ao TF. Responderam também à Escala de Autoestima de Rosenberg (RSES) e à Silhouette Rating Scale (SRS). Resultados: 194 (80.8%) mulheres da amostra praticam TF. Mulheres sem companheiro e que não têm filhos menores ou dependentes praticam TF com maior frequência do que as que têm companheiro e filhos nessas condições. Melhorar a forma física e a saúde (física e mental) são as principais motivações para a prática de TF, e a falta de compromisso e de motivação as principais barreiras. A autoestima foi discretamente maior nas praticantes de TF (31.49 ± 4.50 pontos vs. 30.15 ± 5.44 pontos na RSES) e a discrepância entre silhuetas discretamente mais baixa (0.91 ± 0.78 pontos vs. 0.96 ± 0.76 pontos na SRS), embora sem significância estatística. Conclusão: Mulheres que praticam TF há pelo menos 1 ano apresentaram maior satisfação corporal do que as que praticam há menos tempo, o que sugere que a prática de TF contribui para uma maior satisfação corporal e, possivelmente, uma maior autoestima ao longo do tempo; - Adherence of the Active Female Population to Resistance Training: Motivations, Barriers and Role in Self-Esteem and Body Satisfaction ABSTRACT: Background: Women's adherence to resistance training (RT) has become an increasingly relevant topic in recent years. More women are engaging in RT, recognizing its role not only in their physical but also mental well-being. However, there are still barriers that may prevent their adherence to RT. Objectives: To study the adherence of active women to RT, focusing on the factors that motivate or prevent them from practicing this activity; evaluate the role of RT in self-esteem and body satisfaction. Methodology: Observational cross-sectional study in which 240 physically active women (30.69 ± 8.87 years) answered a questionnaire about training habits, motivations and barriers associated with adherence to the strength training. They also completed the Rosenberg Self- Esteem Scale (RSES) and the Silhouette Rating Scale (SRS). Results: 194 (80.8%) women in the sample practice RT. Women without a partner and who do not have minor or dependent children practice RT more frequently than those who have a partner and children in these conditions. Improving physical fitness and health (physical and mental) are the main motivations for the practice of RT, and lack of commitment and motivation are the main barriers. The self-esteem was slightly higher in RT practitioners (31.49 ± 4.50 points vs. 30.15 ± 5.44 points in RSES) and the discrepancy between silhouettes was slightly lower (0.91 ± 0.78 points vs. 0.96 ± 0.76 points in SRS), although without statistical significance. Conclusion: Women who have been practicing RT for at least 1 year had higher body satisfaction than those who have been practicing for less time, which suggests that the practice of RT contributes to greater body satisfaction and, possibly, greater self-esteem over time.