Cantar em Biotensegridade: proposta de integração do corpo e voz como uma unidade

Abstract

Este estudo se desenvolveu através de uma pesquisa-ação de abordagem exploratória, focada no processo de ensino e aprendizagem do canto, por meio da criação do laboratório Canto com o Corpo na Universidade Federal da Paraíba, Brasil. O processo de aprendizagem aconteceu através de vivências, nas quais procurei trabalhar a Biotensegridade, explorar o estado de presença, a corporeidade e a voz como expressão do próprio corpo-sujeito cantante. Ao estudarmos a Biotensegridade compreendemos que as estruturas do corpo estão conectadas, uma simples tensão em determinada parte do corpo, pode afetar outras. Assim, o corpo foi trabalhado de forma integrada com a voz, sempre com exercícios corporais e vocais utilizando o conceito da Biotensegridade. Adotei como referencial teórico os conceitos de Trilhos Anatômicos de Thomas Myers, a Biotensegridade de Stephen Levin, a Corporeidade de Merleau-Ponty e os princípios do Taijiquan. Teve por objetivo analisar a influência do ensino do canto sob o olhar da Biotensegridade na autopercepção do corpo dessas alunas e alunos de canto da Licenciatura em Música da referida Universidade, bem como da comunidade externa. Para isto, utilizamos o criado laboratório Canto com o Corpo com o objetivo de explorar a voz e o corpo de forma integrada. Este trabalho empírico consistiu em seis vivências, registradas em vídeo, teve a participação de oito cantoras e um cantor. Como coleta de dados foram aplicados um questionário e realizadas entrevistas semiestruturadas; foram também utilizados cadernos de anotações, nos quais as(os) integrantes preenchiam ao final de cada vivência descreviam suas sensações e reflexões. O resultado desta pesquisa revelou entre os sujeitos pesquisados não só uma sensação de presença do corpo enquanto matéria em rede de integração, mas também sensações de um bem-estar do ser como um todo, corpo e mente. Isso permitiu a experimentação de um processo em que as Cantantes se sentissem mais livres e relaxadas, refletindo, consequentemente, em suas vozes ao cantar, não simplesmente pensando apenas na técnica, mas como um ser que canta; Singing in Biotensegrity: proposal for body integration and voice as a unit - ABSTRACT: This study was developed through action research with an exploratory approach, focused on the process of teaching and learning singing, through the creation of the Canto com o Corpo laboratory at the Federal University of Paraíba, Brazil. The learning process took place through experiences, in which I tried to work on Biotensegrity, exploring the state of presence, corporeality and the voice as an expression of the singing body-subject itself. When we study Biotensegrity we understand that the body's structures are connected, a simple tension in a certain part of the body can affect others. Thus, the body was worked in an integrated way with the voice, always with body and vocal exercises using the concept of Biotensegrity. I adopted as theoretical references the concepts of Thomas Myers' Anatomical Trains, Stephen Levin's Biotensegrity, Merleau-Ponty's Corporeity and the principles of Taijiquan. The objective was to analyze the influence of teaching singing from the perspective of Biotensegrity on the self-perception of the body of these singing students of the Degree in Music at the aforementioned University, as well as the external community. To do this, we use the Canto com o Corpo laboratory created with the aim of exploring the voice and the body in an integrated way. This empirical work consisted of six experiences, recorded on video, with the participation of eight singers femeles and one male singer. As data collection, a questionnaire was applied and semi-structured interviews were carried out; Notebooks were also used, in which the members filled out at the end of each experience and described their sensations and reflections. The result of this research revealed among the subjects studied not only a feeling of the presence of the body as a matter in an integrated network, but also feelings of well-being of the being as a whole, body and mind. This allowed the experimentation of a process in which the Singers felt freer and more relaxed, consequently reflecting on their voices when singing, not simply thinking only about the technique, but as a being who sings.