Rubus occidentalis – A Framboesa Preta Como progenitora de Programas de Melhoramento da Framboesa Vermelha

Abstract

A framboesa preta (Rubus occidentalis L.) é uma framboesa que apresenta elevada variabilidade intraespecífica, possuindo alguns traços de interesse para o melhoramento de outras framboesas, nomeadamente para a framboesa vermelha (Rubus idaeus L.). No programa de melhoramento em curso, utilizaram-se 1081 genótipos selvagens de framboesa preta do Canadá, com o objetivo de encontrar progenitores que produzam framboesas coesas e com epiderme muito resistente, permitindo assim, por cruzamento com genótipos de framboesa vermelha, obter descendências com poder de conservação aumentado. Neste trabalho serão avaliadas nos diferentes genótipos de framboesa preta as necessidades em frio, a uniformidade do abrolhamento, a capacidade de produzir rebentos radiculares, a formação de frutos com muitas drupéolas, o tamanho e a firmeza desses frutos. A firmeza da epiderme da framboesa é uma característica de difícil avaliação, pois o seu interior é oco, encontrando-se as drupéolas agregadas em redor do receptáculo. Esta característica dificulta a avaliação da firmeza pelos métodos convencionais, tornando necessário encontrar um método adequado. As necessidades em frio foram analisadas através do abrolhamento, eliminando-se os genótipos que apresentavam um abrolhamento reduzido ou variável ao longo do lançamento, 3 semanas após o primeiro abrolhamento. Este primeiro critério de seleção eliminou cerca de 10% dos genótipos, pois tinham elevadas necessidades de frio. A avaliação da capacidade de produzir rebentos radiculares, aspecto não eliminatório mas de elevada importância nos processos de propagação vegetativa, mostrou que o número de rebentos radiculares de 40 genótipos já analisados variou entre os 0 e os 28. Mais aspetos continuarão em estudo durante este ensaio, de modo a selecionar uma framboesa preta com os hábitos vegetativos e de produção semelhantes à framboesa vermelha, mas com um fruto de firmeza elevada. De modo a complementar a seleção dos melhores genótipos para o melhoramento, serão utilizados marcadores moleculares identificando o que se encontra impresso no genoma, passível de ser transmitido à descendência. Visto que ainda não existem muitos marcadores identificados para a R. occidentalis, será necessário procurar através de ISSRs (Inter Simple Sequence Repeats) marcadores que permitam a distinção dos diferentes genótipos selecionados.