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http://hdl.handle.net/10174/2822
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Title: | Estudo dos fluxos de nutrientes azotados nos sapais do estuário do Mira (Portugal). |
Authors: | Lança, M.J. |
Advisors: | Costa, Maria José Bettencourt, A..M |
Keywords: | sapais estuário do Mira ciclo do azoto |
Issue Date: | 2000 |
Publisher: | Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa |
Abstract: | RESUMO
Este estudo foi delineado de forma a permitir conhecer e compreender qual o impacto dos sapais do estuário do Mira sobre as concentrações de nutrientes azotados das águas adjacentes e, ao mesmo tempo, avaliar as perdas de azoto por desnitrificação nos sedimentos dos sapais, dada a importância que este processo possui no controlo do transporte de azoto entre os sedimentos e a atmosfera e, deste modo, compreender de que forma se poderá relacionar com o papel dos sapais enquanto entidade importadora/exportadora de nutrientes azotados face ao estuário do Mira.
Tendo em consideração a totalidade dos ciclos de maré monitorizados pode afirmar-se que o sapal do Mira exerceu um impacto significativo sobre as concentrações de NO3-, NO2- e de NID presentes nas águas do estuário, na medida em que se verificou um comportamento de importação destes nutrientes pelo sapal relativamente ao estuário do Mira. No que diz respeito aos restantes nutrientes (NH4+, NKT, NKD, NOD, NOP e NT) a quantidade transportada pelas enchentes não foi significativamente diferente da quantidade transportada pelas vazantes, ou seja, não se registou importação ou exportação destes nutrientes pelo sapal face ao estuário. Contudo este resultado não significa que em cada um dos ciclos de maré monitorizados não tenham sido verificadas situações de importação/exportação de nutrientes face ao estuário.
A importação detectada para o NO3- + NO2- e NID foi condicionada pelas concentrações desses nutrientes na coluna de água e, possivelmente, pela dominância da produtividade da vegetação halófita relativamente à produtividade do fitoplâncton. As escassas e únicas situações de exportação destas formas de azoto só ocorreram nos ciclos realizados na Primavera. No caso do NH4+, a ausência de um comportamento de importação ou de exportação para a totalidade do período de estudo resultou do facto de 50% dos ciclos de maré monitorizados terem revelado importação e os restantes 50% um comportamento de exportação. Este padrão de alternância de comportamento foi igualmente detectado no caso de NKT, NKD, NOD, NOP e NT.
Em relação ao NOD, 46% das marés contribuíram para um comportamento de importação o qual poderá ter estado associado quer às concentrações de NOD na água do estuário quer ao consumo biológico de substratos orgânicos dissolvidos pelas comunidades heterotróficas do sedimento, enquanto que um comportamento de exportação de NOD foi detectado em 54% dos ciclos realizados no Inverno e Primavera. No caso do NOP, o facto de 77% das marés realizadas terem revelado importação está de acordo com o comportamento verificado para o material particulado entre os sapais europeus e as águas adjacentes e relaciona-se com a localização do sapal em relação ao nível médio das águas do mar e com a ausência de vegetação na zona de entre marés. O NT reflectiu os resultados verificados para o NO3-, NO2- e NKT.
As taxas de desnitrificação obtidas no sapal do Mira revelaram o valor mais baixo em Abril e o mais elevado em Julho e apresentaram-se inversamente correlacionadas com a concentração de (NO3- + NO2-) da água superficial aos sedimentos. Os resultados obtidos sugerem que a desnitrificação seja suportado pelo NO3- fornecido pela nitrificação sedimentar e não pelo NO3- proveniente da coluna de água, o que se encontra de acordo com o carácter oligotrófico das águas do estuário do Mira. |
URI: | http://hdl.handle.net/10174/2822 |
Type: | doctoralThesis |
Appears in Collections: | MED - Formação Avançada - Teses de Doutoramento
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