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http://hdl.handle.net/10174/25975
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Title: | As Aves in RIOS DE PORTUGAL comunidades, processos e alterações |
Authors: | Godinho, Carlos |
Editors: | Feio, Maria João Ferreira, Verónica |
Keywords: | aves ripícolas galeria ripícola |
Issue Date: | Mar-2019 |
Publisher: | Imprensa da Universidade de Coimbra |
Citation: | Ramos, J.A., Godinho, C. e Encarnação, V. (2019) Capítulo 10 - As Aves. in FEIO, Maria João (ed.); FERREIRA, Verónica (ed.) - Rios de Portugal: comunidades, processos e alterações. Coimbra: [s.n.]. 441 p. ISBN 978-989-26-1623-0. |
Abstract: | Para as aves, um curso de água apresenta três zonas
principais: o curso de água, a vegetação ripária em redor, e
as escarpas nas margens. A comunidade de aves existentes ao
longo de um curso de água depende da qualidade do habitat
existente nestas três zonas. Em Portugal, tal como no resto
da Europa, com exceção do melro-d’água (Cinclus cinclus),
não existem outras espécies de aves estritamente especialis-
tas dos cursos de água. Esta espécie prefere cursos de águas
com rápidos e de leito pedregoso, sendo mais abundante em
cursos de água de montanha a norte do rio Tejo. Os grandes
rios portugueses como o Minho, Lima, Douro, Tejo, Guadiana,
Mondego e Sado são utilizados pelas aves nos seus movimentos
migratórios. Estes grandes rios são também importantes para
a reprodução de muitas espécies de aves aquáticas, quer aves
coloniais de maior porte como as garças e os colhereiros, quer
aves de médio porte como o pato-real (Anas platyrhynchos), e a galinha-de-água (Gallinula chloropus). As escarpas que bor-
dejam alguns destes rios são importantes para aves rupícolas
como os abutres, águias e cegonha-preta (Ciconia nigra), que
nidificam geralmente em áreas de difícil acesso, e com reduzida
perturbação humana. Os cursos de água de pequena dimensão
e com vegetação natural associada, a galeria ripária, constituem
condições distintas da área envolvente, o que explica o facto da
maioria das espécies insetívoras florestais ser mais abundante
nesta galeria ripária do que na área agro-florestal adjacente.
A largura, composição florística e estrutura da vegetação da
galeria ripária determinam a comunidade de aves desta zona.
A vegetação mais densa da galeria ripária proporciona mais
locais de nidificação e as condições climáticas mais adequadas
proporcionam abrigo durante os dias quentes de Verão. Fora do
período de reprodução, a galeria ripária proporciona abrigo e
disponibilidade de alimento, quer para espécies em dispersão
pós-nupcial, quer para espécies migradoras na sua rota para
África. A conservação das aves dos cursos de água depende da
gestão integrada dos rios e dos habitats envolventes. O melro
d’água está fortemente associado com cursos de água pouco
impactados das regiões montanhosas do norte e centro do
país, e a alteração do regime de caudais dos cursos de água
é importante para explicar a redução desta espécie em alguns
locais da Beira Interior e do Parque Natural da Serra da Estrela.
Um maior número de espécies e uma maior densidade de aves
florestais refletem rios pouco impactados e com floresta ripária
autóctone. Estas espécies são fáceis de monitorizar e poderão
ser utilizadas como uma sentinela da integridade ecológica da
comunidade do ecossistema dulciaquícola. |
URI: | https://digitalis.uc.pt/pt-pt/livro/rios_de_portugal_comunidades_processos_e_altera%C3%A7%C3%B5es http://hdl.handle.net/10174/25975 |
Type: | bookPart |
Appears in Collections: | MED - Publicações - Capítulos de Livros
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