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http://hdl.handle.net/10174/24690
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Title: | Cartografia geomorfológica do vale inferior do rio Tejo (Alvega a Vila Franca de Xira, Portugal central) |
Authors: | Martins, António Cunha, Pedro Paiva, André |
Issue Date: | 6-Sep-2017 |
Publisher: | Real Sociedad Española da História Natural |
Abstract: | A área de estudo, entre Alvega e Vila Franca de Xira, situa-se na Bacia Cenozóica do Baixo Tejo (BCBT; e.g. Carvalho, 1968; Pais et al., 2012, 2013; De Vicente et al. 2011). Nela, o relevo é dominado por um planalto correspondente à superfície culminante do enchimento sedimentar (CSS), decrescendo em altitude desde ca. 350-290 m (Vila Velha de Ródão) a ca. 80-65 m (no eixo deprimido da Península de Setúbal, mas elevando-se lateralmente quer para a Serra da Arrábida, quer para os relevos associados à Serra de Sintra). Abaixo desta superfície de agradação desenvolvem-se escadarias de terraços fluviais, que já se inserem na etapa de encaixe da rede hidrográfica.
A região apresenta um soco metamórfico e magmático resistente à erosão (Paleozóico e Pré-Câmbrico), bem como rochas sedimentares calcárias e siliciclásticas do Mesozóico. O Cenozóico é dominado por sedimentos do Miocénico no sector ocidental e do Pliocénico a Plistocénico inferior nos sectores norte e oriental. A unidade alostratigráfica culminante do enchimento (SLD13; Cunha, 1992a,b) compreende fácies de leques aluviais, fluviais e deltaicas, com provável idade do Zancliano final a Plistocénico inicial (3,7 a 1,8 Ma; Cunha et al., 1993, 2016; Pais et al., 2012).
Relativamente à etapa de encaixe fluvial, o Plistocénico está representado por depósitos de terraço, coluviões e uma unidade eólica de cobertura (Areias da Carregueira) (e.g. Martins et al., 2009, 2010a,b; Cunha et al., 2012). Os sedimentos holocénicos constituem uma planície aluvial que atinge ca. 10 km de largura e preenchem o vale que foi escavado na descida do nível do mar durante o Estágio Isotópico Marinho (MIS) 2, aos 30-20 ka (e.g. Vis et al., 2008).
Os primeiros estudos (e.g. Breuil & Zbyszewsky, 1945) identificaram quatro níveis de terraço, representados nas cartas geológicas 1/50.000 usando o critério da elevação da superfície acima do leito (a.r.b.). Estudos ulteriores, focalizados em troços fluviais, estabeleceram seis níveis de terraço (T1 é o mais alto e o T6 o mais baixo; Corral, 1998; Martins, 1999; Rosina, 2002; Cunha et al., 2005, 2008; Martins et al., 2010a,b). Estudos geomorfológicos pormenorizados, complementados com caracterizações sedimentológicas e datações absolutas, confirmaram um máximo de seis níveis e documentaram o seu desenvolvimento espacial e temporal (Cunha et al., 2012, 2016).
A cartografia geomorfológica dos vários troços no Baixo Tejo foi realizada em três etapas: (1) cartografia realizada no terreno, com base em mapas topográficos (1/25.000) e geológicos (1/50.000); (2) análise de fotografias aéreas 1/25.000 p/b; (3) análise de MDT baseados em bases de dados topográficos 1/25.000; (4) reconhecimento de terreno.
Na área de estudo os terraços apresentam grande desenvolvimento, tanto no sentido transversal como no sentido longitudinal. Aqui, o Tejo encontra-se controlado por um sistema de falhas NNE-SSW (zona de falha do Vale Inferior do Tejo); também existem falhas WNW-ESSE. Do Arripiado à Chamusca, os terraços apresentam menor largura, menor espessura e maior altitude do lado oriental do vale. O desenvolvimento assimétrico dos terraços sugere que neste troço o Tejo está instalado num vale em ângulo de falha, com maior soerguimento relativo do compartimento oriental. Esta interpretação é confirmada por análise geométrica dos terraços datados. |
URI: | http://hdl.handle.net/10174/24690 |
Type: | lecture |
Appears in Collections: | CGE - Comunicações - Em Congressos Científicos Internacionais
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