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http://hdl.handle.net/10174/15199
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Title: | Base teórica e ideias práticas para a construção de um parque para o desenvolvimento sustentável |
Authors: | Leandro, Filipa de Sousa Mendonça |
Advisors: | Mascarenhas, José Manuel |
Keywords: | Práticas construção Parque Desenvolvimento sustentável |
Issue Date: | 2001 |
Publisher: | Universidade de Évora |
Abstract: | Introdução - A vida na Terra existe há milhões de anos. Parece que tudo foi imaginado ao pormenor, para que cada espécie, inclusivé o homem, pudesse vir a habitar neste planeta, sem que nada lhe faltasse. O Sol é a sua principal fonte de energia. A atmosfera, os oceanos e as terras interagem, segundo várias escalas de tempo e espaço, dando origem às variações climáticas, às estações, à diversidade da vegetação, às calotas glaciares, às correntes oceânicas quentes e frias, etc. Os ciclos da natureza permitem-nos respirar ar "puro" (porque o oxigénio é reciclado permanentemente, pela respiração e fotossintese); termos uma temperatura regulada, assim como vida na Terra (porque o carbono constitui cerca de 50% da massa dos animais e vegetais e é reciclado através da fotossintese entre a atmosfera e a biosfera). São estes ciclos e muitos outros que produzem e reproduzem tudo o que necessitamos para sobreviver. Desde a produção de matérias-primas da crosta terrestre, como os metais, carvão e combustíveis fósseis, às árvores e ao peixe que nos alimenta. Também têm o papel de biodegradar as substâncias que já desempenharam o seu papel útil de vida na Terra, e que terão de voltar a nascer noutra forma. Porque a matéria e a energia não são criadas nem destruídas (1a lei da termodinâmica) e tendem a dispersar-se, equivale a dizer que mais cedo ou mais tarde, toda a matéria que penetra na nossa sociedade será libertada nos sistemas naturais (2a lei da termodinâmica). E nós homens, numa atitude antropocêntrica, começámos a abusar da "caridade" da Terra, ao pensarmos que somos donos dela e que nada lhe devemos, apenas dela desfrutamos da maneira que mais nos convém. Desde a revolução industrial aos nossos dias, a maioria dos pensamentos só rondam em torno do desenvolvimento e riqueza, mas um desenvolvimento irracional. Só não podemos dizer "injusto" ou "ingrato", porque a Terra se sabe defender. Para que esta consequência não vá mais longe, temos de actuar quanto antes. Há alternativas às nossas actuações diárias que podem ajudar o sistema Terra, basta termos em conta Quatro Princípios, para todos os nossos actos.
São todas estas ideias que quero transmitir ao longo deste trabalho e que quero pôr em prática num Parque para o Desenvolvimento Sustentável, último capitulo e tema da minha Tese. Assim, no primeiro capítulo falo do Sistema Terra. Começo por explicar como é que foi possível o início da vida no planeta Terra; da maneira como os oceanos, o solo e a atmosfera interagem em todas as escalas do tempo e do espaço; demonstro com certos exemplos o funcionamento da natureza como uma fábrica, onde tudo funciona e tudo se encaixa através de ciclos; explico o papel dos oceanos, nuvens, vulcões e vegetação; de alguns ciclos biogeoquímicos existentes, como o da água, o do oxigénio, o do carbono, o do azoto e o do fósforo; menciono também a questão da vegetação e da química atmosférica; da relação do sistema climático físico e dos ciclos biogeoquímicos; e finalmente descrevo parte da vida de uma tribo, os Wira-Pora "Sons do Vento", que vivem de acordo com os ciclos da Terra. O meu objectivo ao elaborar este capítulo, foi o de demonstrar pequenos excertos do funcionamento da natureza e poder vir a utilizá- los na primeira fase do Parque, quando tento que o público se familiarize e integre durante um tempo num ambiente natural, para ter mais percepção da natureza e aumentar a sua
sensibilização e aprendizagem em relação à mesma (um dos objectivos gerais do Parque e da educação ambiental). No segundo capítulo falo do Sistema Sociedade. Começo por expor o Homem como ser social e antropocêntrico e a sua relação com o mundo natural. Continuo relembrando 0 caminho que foi tomado da Revolução Industrial à Organização "General Agreement for Tarifs and Trade" (GATT), que significa "Acordo Geral de Tarifas e Comércio" e as suas implicações ambientais. Em seguida comento a mudança de pensamento dos anos 70 e o surgimento do Novo Paradigma Social (o Homem como parte do Todo), que veio a alertar para a necessidade de mudança comportamental por parte do Homem. Num quarto ponto retomo a política mundial a nível comercial, ao abordar o Tóquio Round, a globalização da economia, a organização do direito de poluir e o caminho até ao nascimento da Organização Mundial de Comércio (OMC), a qual abordarei mais ostensivamente no ponto seguinte. No sexto ponto falo do Desenvolvimento Humano no final do milénio e da espiral ascendente que existe no mundo entre: consumo, poluição, pobreza, crescimento populacional, consumo, poluição. No sétimo ponto deste capítulo abordo algumas actividades sociais, que considero das mais perturbadoras dos ciclos da Terra, são elas: o crescimento populacional, o lixo, a utilização de transportes motorizados, o modo de produção agrícola tradicional, os gastos desnecessários de água, a produção industrial e os gastos e fontes energéticas (justificarei a selecção destes sete temas específicos, no último capítulo). Num último ponto falo das vítimas do consumo, nós próprios, referindo-me às contas do médico e às contas da despoluição que somos nós mesmos que temos de pagar e da dificuldade que teremos futuramente na aquisição de recursos básicos para satisfação das nossas necessidades, tudo devido ao consumo em excesso. O meu objectivo ao elaborar este capítulo, foi o de demonstrar a evolução do pensamento do homem em relação à natureza., a maneira como a sociedade ainda hoje em dia actua e algumas das consequências. E tentar utilizar parte das ideias expostas em alguns dos pontos, especialmente do 1, 6, 7 e 8, na segunda fase do Parque, para poder conseguir com que os visitantes adquiram um conjunto de valores e sentimentos de preocupação (um dos objectivos específicos da educação ambiental), e criar e clarificar consciências da interdependência ecológica, económica, social e política (uma das metas finais da educação ambiental), para mais tarde levar a mudanças comportamentais e atitudinais (meta, final específica da educação ambiental e objectivo específico do Parque), através de toda esta sensibilização! No terceiro capítulo, "Como é que se explica o GAP entre os ciclos da natureza e a sociedade?", tento responder a esta questão, bastante importante para atingir o objectivo global do Parque, para além da sensibilização, que é o terminar com os dilemas sociais. Para tal tenho de os expor e demonstrar o porquê destes serem os grandes responsáveis pela dificuldade que existe, para se conseguir as tais mudanças de atitudes e comportamentos. Por esta razão, terão de estar presentes de um modo bastante explícito no Parque (numa quarta fase), para que o meu objectivo final e específico seja atingido. Faço também uma alusão aos comportamentos governamentais a vários níveis (populacional, lixo, transportes, agrícola, gestão da água, industrial, energético, a nível de informação e de educação) e medidas que poderiam ser tomadas, para virem a cooperar de uma melhor forma com o ambiente e contribuir para sociedades mais sustentáveis. |
URI: | http://hdl.handle.net/10174/15199 |
Type: | masterThesis |
Appears in Collections: | BIB - Formação Avançada - Teses de Mestrado
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