Please use this identifier to cite or link to this item: http://hdl.handle.net/10174/14688

Title: O montado da baixa idade média ao fim da época moderna
Authors: Fonseca, Ana Margarida Pinto da
Keywords: O montado
Issue Date: 2003
Publisher: Universidade de Évora
Abstract: Introdução - O Montado é um sistema agro-silvo-pastoril que surgiu como forma de responder às necessidades da comunidade humana no seio do sistema natural em que se inseria. A intervenção humana no seu entorno, marcou a paisagem de forma irreversível, num processo cumulativo onde diferentes factores sócio-económicos e ecológicos se conjugaram para criar um sistema de grande riqueza biológica e cultural. Como agro-sistema que é, ocorre de uma substituição dos equilíbrios naturais por outros mediados pelo homem e mais ou menos instáveis. A estabilidade que este sistema revela resulta do equilíbrio do intervenção da comunidade humana no bosque original que, apesar de profunda e continuada, tem sabido respeitar os limites deste. Contudo, a gestão do espaço rural depende, cada vez mais, de políticas pouco adequadas às realidades e especificidades locais. Os próprios gestores directos do montado veêm-se a braços com novos desafios, que não sabem como integrar no sistema tradicional. As orientações para o espaço rural sôo, cada vez mais, tomadas a nível europeu o que, em conjunto com tendências gerais de globalização, conduz a uma descaracterização daa paisagem, a uma degradação dos seus recursos e dos seus valores ecológicos e culturais. A correcta gestão do montado exige o conhecimento profundo dos factores ecológicos e sócio-económicos que, ao longo da história, conduziram à sua criação e manutenção. Os centros de decisão, geograficamente mais próximos ou mais afastados das paisagens que gerem, deverão ter o conhecimento destas realidades regionais, nas suas diversas dimensões. Como sistema semi-natural, o montado tem mantido uma resiliência significativa, albergando uma riqueza biológica notável. O equilíbrio deste sistema resulta de uma evolução gradual de intervenção do Homem, sabiamente adaptada às potencialidades e limitações do meio. Entretanto, no último século, a intervenção humana tem sido mais intensa e tem registado variações rápidas, induzindo a desequilíbrios no sistema. Esta acção assumiu diversas formas: e mecanização progressiva com utilização de maquinaria pesada; a exploração cada vez mais intensiva da cortiça; a introdução e vulgarização de espécies pecuárias mais impactentes que as tradicionais, como certas raças de bovinos, com encabeçamentos superiores ao admitido pelo sistema; o surgimento de peste suína africana, que obrigou, durante muitos anos, ao desaparecimento de exploração porcina no montado; as campanhas do trigo dos anos 30-40, que conduziram a uma sobreexplaração do solo, a um desadensomento do coberto arbóreo e a níveis alarmantes de erosão. Enquanto, por um lado, se tem observado uma intensificação na exploração do sistema, diversos factores sócio-económicos têm conduzido, noutras situações, a um abandono do montado, com regresso do sistema a formações próximas do bosque mediterrônico. Estes novos factores condicionantes implicam, por isso, a busca e o estabelecimento de novos equilíbrios que permitam a manutenção do montado. Adquire, neste quadro, especial importância, a compreensão em profundidade do funcionamento do sistema, do forma como surgiu e evoluiu, que problemas foram surgindo e como foram sendo resolvidos, para melhor se saber como o gerir e transformar no futuro. Na medida em que estas questões dizem respeito às relações da comunidade humana com o seu meio envolvente e à forma como ambos co-evoluiram dando origem a uma população intimamente relacionada com a sua paisagem, encontramo-nos no âmbito de estudo da Ecologia Humana. Ela será, portanto, a nossa ferramenta ao longo deste estudo, coma qual tentaremos responder às seguintes questões: Quando surgiu o montado? Sob que condições? Qual a utilização da floresta mediterrânica antes da intensificação de produção agrícola e florestal? A que necessidades a sua exploração deu resposta, de que forma e com que adequação? Como alterou o montado as práticas de vida do parte complementar desta relação simbiótica - a comunidade humana? Quais destes usos se revelaram sustentáveis a longo termo? Que lições se podem tirar para a gestão futura deste sistema?
URI: http://hdl.handle.net/10174/14688
Type: masterThesis
Appears in Collections:BIB - Formação Avançada - Teses de Mestrado

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