Please use this identifier to cite or link to this item: http://hdl.handle.net/10174/13509

Title: Modelo de formação reflexiva em ensino clínico com recurso à técnica de espelhamento: impacto na satisfação dos estudantes
Authors: Ferreira, Carlos Manuel dos Santos
Advisors: Barbosa, Luís Marques
Keywords: Educação
Organização do ensino
Ensino clínico
Issue Date: 1999
Publisher: Universidade de Évora
Abstract: Introdução - Ao longo da nossa existência temos constatado que a satisfação constitui um sentimento de extrema importância na vida do Homem. Pessoas satisfeitas desempenham as suas actividades com mais vigor, com mais certeza e com mais saúde, atingindo elevados níveis de desempenho, numa interacção mais profícua com o meio envolvente. Embora a satisfação seja um estado desejado e perseguido por todos, ele está frequentemente ausente do nosso quotidiano, em parte, devido às incertezas e conflitos sociais e planetários que coabitam permanentemente connosco. Pelo exposto, e transpondo-nos para a esfera educativa, consideramos que a satisfação com que os estudantes o vivem, a relação pedagógica é uma variável a que deve ser dada extrema importância, contudo, pelo que nos é dado observar, hoje ela está presente numa minoria de formandos, referindo Dortu (1993), que os jovens estudantes ocidentais também sofrem de não satisfação, aborrecimento, ansiedade e frustração, manifestando alterações de saúde, observáveis tanto ao nível físico como psíquico. Através da nossa experiência profissional temos vindo a constatar que os estudantes nem sempre atingem o nível de satisfação esperado, especialmente durante a formação em ensino clínico, em nossa opinião, devido a duas razões principais: A escola, embora inserida numa sociedade de grandes mudanças, persiste em seguir modelos de ensino-aprendizagem pouco sedutores para os jovens da nova era; O ratio professor-estudante não permite estabelecer um acompanhamento eficiente a nível técnico e relacional, sendo difícil a interacção entre os formandos e os formadores, quer em contexto pedagógico, quer fora dele. Assim, o tema que pretendemos estudar, Nível de Satisfação dos Estudantes do 2° Ano do Curso de Enfermagem, em Ensino Clínico, em meio hospitalar, em serviços de Cirurgia, Medicina e Ortopedia, permitir-nos-á, num contexto de mudança das práticas, identificar alguns factores de não satisfação dos nossos formandos, já que o momento de estágio se reveste de muitas expectativas e dificuldades para os estudantes. Relativamente às expectativas, algumas são goradas, na medida em que os estudantes de enfermagem se deparam com um Sistema Nacional de Saúde onde as várias limitações, contradições e pesada burocracia dificultam o atendimento dos doentes entregues aos cuidados da equipa de saúde. No que se refere às dificuldades, elas são múltiplas, não só pela socialização intensa que os estudantes têm que fazer, face ao que foi referido anteriormente, como pelo facto da sua actuação se desenvolver em torno do saber, do saber ser e do saber fazer. Para proporcionarmos aos estudantes um ambiente facilitador de aprendizagem contextualizada, em meio hospitalar, não devemos dissociar as práticas pedagógicas das suas necessidades educativas a nível técnico, científico, cultural e afectivo, pelo que aos estudantes deve ser permitido gerir a sua aprendizagem sob orientação do professor e dentro de um clima de empatização permanente. Embora nos encontremos perante estudantes em formação inicial, como adultos que são, a sua aprendizagem não está confinada ao círculo restrito da escola. Com o progresso veloz que se verifica no campo das tecnologias educativas, cada um pesquisa e aprende em função dos recursos disponíveis, proporcionando desse modo o aparecimento de diferentes projectos pessoais. Baseados nos pressupostos anteriores e tendo em conta a sociedade actual, modelada pelos vastos contributos científicos e tecnológicos, reconhecemos que os actuais modelos educativos pouco têm para oferecer aos formandos. Ao invés, embora toda a acção política se desenvolva num contexto de rendimento económico/lucro imediato, os estudantes necessitam de modelos que permitam uma aprendizagem mais personalizada, onde eles tenham uma palavra a dizer e onde possam desenvolver as suas potencialidades, e aprendam a gerir os seus interesses pedagógicos (Dupont e Ossandon, 1998). Quando é acentuada a distância entre as expectativas do trabalho e os resultados conseguidos, não só surge a não satisfação como a desmotivação para novas actividades (Graça, 1989). Transportando para a nossa realidade, tem sido esse sentimento que temos vindo a observar nos estudantes. Quando o primeiro estágio não correspondeu às expectativas do estudante, no segundo, ele demora mais a envolver-se, apresentando por vezes forte desmotivação para prosseguir na sua formação. Implicados em levar a termo um velho projecto pessoal, propusemo-nos organizar e aplicar um modelo de formação reflexiva, inspirado nas teorias de vários pedagogos (Coménio, Rousseau, e outros), bem como em autores contemporâneos (Alarcão, Barbosa, e outros), que por sua vez decantaram essas teorias. Este modelo encerra em si quatro estratégias, ou seja, permite que: Os estudantes, no início do estágio elaborem objectivos pessoais, a partir dos objectivos apresentados pela escola para aquele momento formativo; Os estudantes convidem um colega do grupo a formar dupla de trabalho, a fim de desenvolver a aprendizagem cooperativa; 0 professor estimule os estudantes a seleccionarem os doentes a quem pretendem prestar cuidados, de acordo com as suas necessidades e interesses pedagógicos; Os estudantes reflictam sobre a acção, usando a técnica de espelhamento como medida preventiva de erros de idêntica natureza. Com este modelo, pretendemos que os estudantes aprendam a reestruturar a sua aprendizagem em cooperação com os colegas do grupo e com o supervisor (enfermeiro ou professor), permitindo a cada formando tornar-se o agente principal da sua formação, responsabilizando-se pelo nível do seu sucesso escolar, desenvolvendo a autonomia e a auto-estima. Nesse contexto de formação, acreditamos que os estudantes, ao mesmo tempo que vão estruturando a aprendizagem, vão vendo no professor/supervisor uma pessoa mais disponível para os ajudar do que para avaliar insucessos.
URI: http://hdl.handle.net/10174/13509
Type: masterThesis
Appears in Collections:BIB - Formação Avançada - Teses de Mestrado

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