Contributos para a gestão e conservação dos azereirais de Prunus lusitanica L. na Europa e Norte de África

Abstract

As comunidades de azereiro são relíquias paleotropicais que vivem desde o sudoeste de França, centro e norte da Península Ibérica, até ao norte de Marrocos, porém, encontram-se em estado de conservação desfavorável, face às ameaças a que estão sujeitas. De modo a contribuir para alterar este cenário, apresentam-se nesta Tese cinco artigos científicos publicados em revistas internacionais que resultam das investigações realizadas durante este estudo. De forma a melhorar o conhecimento sobre as comunidades de azereiro, realizou-se uma revisão bibliográfica e visitaram-se alguns locais de ocorrência de modo a perceber a sua ecologia. Este conhecimento base permitiu melhorar os esforços na prospeção de novas áreas de azereiro. Em cada núcleo de azereiros contabilizou-se o número de indivíduos separados por dois grupos de alturas e posteriormente realizaram-se inventários fitossociológicos, de acordo com os fundamentos e metodologias da Escola de Zürich-Montpellier. Em todos os locais visitados, as principais ameaças ao estado de conservação dos azereirais foram registadas. Como principais resultados deste estudo destaque-se a identificação de cinco novas associações fitossociológicas, nomeadamente dois novos azereirais, dois novos salgueirais e uma nova comunidade de herbáceas vivazes. Tendo em conta os dados históricos identificou-se uma redução do número de azereiros no centro de Portugal. Relativamente às ameaças, tendo em conta a redução do risco de incêndio apresentaram-se métodos de controlo mais favoráveis à conservação, nomeadamente através do corte seletivo do coberto arbustivo, onde se identificaram os diferentes tipos de matos a conservar e a controlar. Estima-se também, com base em oito variáveis climáticas, a área potencial de ocorrência do azereiro no centro de Portugal e identificam-se os fatores mais determinantes para a sua área de distribuição. Por último, apresentam-se duas fórmulas para calcular o poder invasivo de espécies vegetais invasoras com base em dados espaciotemporais, melhorando o apoio á decisão dos gestores territoriais; Contributions to the management and conservation of Portuguese-laurel of Prunus lusitanica L. in Europe and North Africa ABSTRACT: The Portuguese-laurel communities are paleotropical relics that live from southwestern France, central and northern Iberian Peninsula, to northern Morocco, however, they are in an unfavorable state of conservation, given the threats to which they are subject. In order to contribute to changing this scenario, this Thesis presents five scientific articles published in international journals that result from the investigations carried out during this study. In order to improve knowledge about the Portuguese-laurel communities, a literature review was carried out and some places of occurrence were visited in order to understand their ecology. This basic knowledge made it possible to improve the efforts in prospecting new areas of the bird cherry tree. In each nucleus of oak trees, the number of individuals separated by two height groups was counted and later phytosociological inventories were carried out, in accordance with methodologies of the Zürich-Montpellier School. In all the places visited, the main threats to the conservation status of the Portuguese-laurel were registered. The main results of this study include the identification of five new phytosociological associations. Taking into account the historical data, a reduction in the number of ocher trees in central Portugal was identified. With regard to threats, taking into account the reduction in the risk of fire, control methods were presented that were more favorable to conservation, namely through selective cutting of the shrub cover, where the different types of scrub to be conserved and controlled were identified. It is also estimated, based on eight climatic variables, the potential area of occurrence of the Portuguese-laurel in central Portugal and the most determining factors for its distribution area are identified. Finally, two formulas are presented to calculate the invasive power of invasive plant species based on spatiotemporal data, improving decision support for territorial managers.