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http://hdl.handle.net/10174/24017
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Title: | Ver tudo: Màmía Roque Gameiro (1901-1996) Pintura e Ilustração. |
Authors: | Leandro, Sandra |
Keywords: | Màmía Roque Gameiro Artistas Portuguesas Pintura Modernismo Ilustração artística Ilustração científica |
Issue Date: | Sep-2018 |
Publisher: | Câmara Municipal da Amadora |
Citation: | LEANDRO, Sandra - Ver tudo: Màmía Roque Gameiro (1901-1996) Pintura e Ilustração. Amadora: Câmara Municipal da Amadora. ISBN: 9789728284879. |
Abstract: | Maria Emília Roque Gameiro nasceu entre tintas e pincéis, em 7 de Setembro de 1901, na Amadora. Cedo recebeu o petit nom, que a tornou conhecida: Màmía. Sua mãe foi Assunção Roque Gameiro e seu pai, Alfredo Roque Gameiro (1864-1935), era há muito um reputadíssimo aguarelista e artista gráfico.
Tem sido uma das muitas artistas que a História deixou por contar e procurou-se dar a ver a sua obra, retrospectivamente. Quem a ensinou a ver e a desenhar foi justamente seu pai e a estreia no domínio da ilustração foi ocasional e precoce: aos 6 anos n’O Jornal dos Pequeninos, da prolífica lavra de Ana de Castro Osório (1872-1935). Este início anunciou um futuro como ilustradora que efectivamente se tornaria nas décadas de 20 e 30. Ainda da sua meninice, consta que frequentou a Escola Alexandre Herculano, na Amadora.
Màmía parece ter tido propensão natural para a pintura a óleo, inclinação que seu pai fomentou, afirmando que na família «já bastava de aguarelistas» e incentivando-a a estudar esta outra técnica. Recebeu indicações, possivelmente casuais, de José Malhoa (1855-1933), mas foi discípula aplicada da pintora modernista Mily Possoz (1888-1968). Aliás, a sua tendência estética inicial foi um modernismo sereno e suave, usando bem menos o naturalismo que via praticar em casa. Captar as formas de modo sintético, foi algo que a definiu.
Logo em 1919, Màmía expôs na Sociedade Nacional de Belas-Artes, mas até ao fim da sua vida não participou em muitos certames. No catálogo registou a sua morada profissional na Rua D. Pedro V, 30, em Lisboa, ou seja, no conhecido atelier de seu pai, onde deu aulas particulares de desenho e pintura. Foi lá que organizou uma exposição individual em 1923, cuja apresentação no catálogo foi redigida pelo arquitecto Raul Lino. Após esta mostra, dedicou-se, especialmente até ao final da década de 30, à ilustração artística. Cinquenta anos volvidos realizou outra exposição individual no mesmo espaço.
Foi ainda em 1919 que deu início à sua vertente como ilustradora científica, tarefa que muito prendeu o seu olhar nas décadas de 30 e 40, trabalhando para o Instituto Português de Oncologia. Numa época em que a fotografia microscópica estava no seu início, elaborou diversas ilustrações muito elogiadas quer nacional, quer internacionalmente, através de uma câmara clara adaptada ao microscópio.
Casou, em 1926, com o professor e pintor Jaime Martins Barata (1899-1970) e a sua actividade como pintora decresceu, mantendo sobretudo uma prática artística privada. Cultivou pontualmente a técnica do esmalte, seguindo o modelo de Limoges. Numa grande dádiva de amor foi ajudando, discretamente, o seu marido nas muitas encomendas que satisfez. Apoiando-se numa intensa vida espiritual que, entretanto desenvolveu, devotou a sua vida à família, esquecendo-se de si. Fechou os olhos em 6 de Julho de 1996, em Lisboa. Viu macro em artes e micro em ciência. Viu tudo. Afinal, ver tudo, fica perto de virtude. |
URI: | http://hdl.handle.net/10174/24017 |
Type: | book |
Appears in Collections: | VIS - Publicações - Livros
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