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http://hdl.handle.net/10174/23040
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Title: | Ornamento na Arquitectura. O Esgrafito no Alentejo |
Authors: | Salema, Sofia |
Keywords: | ornamento e a arquitectura esgrafito argamassas de cal indissociável do espaço |
Issue Date: | 22-Nov-2017 |
Abstract: | Durante as últimas décadas, temos assistido a um crescente reconhecimento do
ornamento não só como parte integrante da arquitectura e como dimensão impor‐
tante do património construído, mas também, porque a ornamentação permite
uma adequada leitura e compreensão do edifício, tanto sob o ponto de vista arquitectónico, histórico e estético, como também tecnológico e constitutivo.
Num estudo que realizámos sobre o ornamento na arquitectura confirmámos
que, no Alentejo, o esgrafito (técnica decorativa com argamassa de cal), usando
modelos mais eruditos ora populares, decorou superfícies arquitectónicas ininterruptamente até aos inícios do século XX. Verificámos ainda que a utilização do esgrafito não é uma operação exterior à arquitectura, mas sim, algo intrínseco e indissociável do espaço onde se localiza, evidenciando a intencionalidade da relação simbiótica entre o ornamento e a arquitectura.
Com uma forte expressão nos núcleos urbanos no Alentejo, designadamente
na cidade de Évora, o esgrafito, localiza‐se, preferencialmente em espaços
importantes da estrutura urbana – largos, praças e ruas principais – e, nos
aglomerados pouco consolidados, em pequenos apontamentos, nas chaminés.
O esgrafito foi amplamente utilizado nos séculos XVI e XVII, em composições
eruditas – de influência italiana onde predomina técnica a branco e negro – e,
em versão mais populares, mas de grande expressão estética. Durante os séculos
XVIII e XIX, o esgrafito apresenta grande protagonismo urbano, associando‐se
a outras técnicas ornamentais, com consequências urbanas visíveis em cidades
alentejanas.
Contudo constatámos também, que a maioria dos esgrafitos já não se apresenta
no seu estado original porque foi pintado e/ou repintado. Várias camadas de
tinta escondem a superfície mais ou menos ornamentada, alteram a textura e
a cor original, anulam as linhas de incisão e de corte do desenho e ocultam os
pormenores e detalhes do esquema compositivo.
Perante o não reconhecimento do esgrafito por inúmeros agentes que intervêm
no património, pretendemos com este artigo desmistificar o carácter “secundário”
do esgrafito como ornamentação e realçar a relação simbiótica entre o ornamento
– o esgrafito – e a arquitectura. Gostaríamos, ainda, sensibilizar o público em geral
para o valor e para a situação de risco deste património, enfatizando a necessidade
de salvaguardar a sua autenticidade material. |
URI: | https://ornament2017.weebly.com/ http://hdl.handle.net/10174/23040 |
Type: | lecture |
Appears in Collections: | ARQ - Comunicações - Em Congressos Científicos Internacionais CHAIA - Comunicações - Em Congressos Científicos Internacionais
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