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http://hdl.handle.net/10174/13314
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Title: | O impacte de um seguro multirisco de área na estabilização do rendimento dos produtores de cereais de sequeiro do Alentejo |
Authors: | Coelho, Luís Alberto Godinho |
Advisors: | Serrão, Amilcar |
Keywords: | Cultura de sequeiro Seguro agrícola Alentejo (Portugal) Economia agrícola |
Issue Date: | 1996 |
Publisher: | Universidade de Évora |
Abstract: | Os agricultores enfrentam um conjunto de factores que provocam instabilidade no seu rendimento. As fontes de risco podem ser diversas e vão desde o preço, à produção, aos factores de produção e ao risco de catástrofe. A variabilidade do rendimento dos agricultores pode ser atenuada através de técnicas de gestão na exploração e/ou através da transferência do risco para outros sectores de actividade. O seguro de colheitas multirisco de área entra na última categoria. O agricultor ao realizar um seguro multirisco de área transfere uma parte do risco para uma entidade especializada na sua gestão, ficando a fonte de risco em poder do agricultor. O seguro multirisco de área é um seguro de rendimento, que assegura que o agricultor seja indemnizado não de acordo com a sua produção individual, mas de acordo com a produção média da área, que engloba agricultores com e sem seguro. Este trabalho de investigação analisa o impacte de um seguro de colheitas multirisco de área na variabilidade do rendimento dos agricultores produtores de cereais de sequeiro do Alentejo, de acordo com três objectivos. O primeiro objectivo diz respeito ao mercado segurador e calcula o prémio de seguro que as seguradoras exigem para assumirem o risco da produção de cereais de sequeiro. O segundo objectivo diz respeito aos agricultores e determina o prémio de seguro, que estes estão dispostos a pagar para evitarem o risco da produção de cereais de sequeiro e analisa o comportamento dos agricultores após a subscrição do seguro. O terceiro objectivo diz respeito ao Estado e determina quando é que esta entidade tem que financiar o prémio de seguro para conciliar os interesses das seguradoras e dos agricultores. O primeiro objectivo assume que o mercado segurador funciona numa estrutura de concorrência perfeita, logo não existem lucros puros. O prémio puro é igual ao valor esperado das indemnizações. Para calcular o prémio de seguro basta adicionar ao prémio puro os custos administrativos.
O segundo objectivo utiliza um modelo de maximização do valor esperado de utilidade da riqueza dos agricultores. É utilizada um função de utilidade denominada de "Expo-Power" que satisfaz os axiomas relevantes de von Neumann-Morgenstern, com aversão absoluta ao risco decrescente e aversão relativa ao risco crescente. A análise do preço de licitação mínimo "Asking erice", resultante da maximização do conjunto de modelos desenvolvidos sem seguro de colheitas multirisco de área, permite concluir que quanto maior for o diferencial entre o valor da produção no estado acidentado e o valor da produção no estado não acidentado, mais o agricultor está disposto a pagar pelo prémio de seguro. Por outro lado, verifica-se que quanto maior é a aversão ao risco do agricultor, maior é o prémio de risco exigido e maior é o prémio de seguro que o agricultor está disposto a pagar. A introdução do prémio de seguro multirisco de área no modelo permite concluir que o agricultor não está disposto a pagar o prémio exigido pelas seguradoras. A sua posterior parametrização confirma o prémio total calculado no modelo sem seguro de colheitas, verificando-se que a aversão absoluta ao risco do agricultor decresce seleccinando uma combinação de culturas com um risco mais elevado. O agricultor fica muito próximo da neutralidade ao risco, porque o prémio de risco toma valores muito próximos de zero. O investimento passa a der um efeito positivo na riqueza do agricultor, porque, ao subscrever o seguro de colheitas multirisco de área passa a exigir que lhe pagem para prescindir do investimento. O terceiro objectivo revela que o Estado deve financiar, através de um conjunto de bonificações, cerca de 86% do valor do prémio exigido pelas seguradoras. Este valor corresponde ao diferencial entre o que os agricultores estão dispostos a pagar e o prémio exigido pelas seguradoras. A implementação de um seguro multiriscos de área à produção de cereais de sequeiro na região Alentejo traz um conjunto de vantagens. Para as seguradoras, constitui uma nova fonte de receita com menor risco e menores custos administrativos. Para os agricultores, o seguro conduz a uma redução subtancial do risco, que se traduz em comportamentos de menor aversão ao risco que originam a escolha de tecnologias de produção com maior risco. Para o Estado, o seguro aumenta a probabilidade de cumprimento dos empréstimos às Instituições de Crédito, conduz à selecção de actividades agrícolas com maior risco por parte dos agricultores e gera efeitos mulltiplicadores positivos no bem-estar das zonas rurais. |
URI: | http://hdl.handle.net/10174/13314 |
Type: | masterThesis |
Appears in Collections: | BIB - Formação Avançada - Teses de Mestrado
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