Please use this identifier to cite or link to this item: http://hdl.handle.net/10174/11591

Title: Angra do Heroísmo: arquitectura do século xx e memória colectiva
Authors: Gouveia, Paulo Duarte de Melo
Advisors: Fernandes, José Manuel Cruz
Keywords: Angra do Heroísmo
Arquitectura do século xx
Memória colectiva
Issue Date: 2002
Publisher: Universidade de Évora
Abstract: A escolha de "Angra do Heroísmo: Arquitectura do Século XX e Memória Colectiva" como objecto de estudo deste trabalho decorre de duas observações. Em primeiro lugar a cidade de Angra é, desde 1983, património mundial da humanidade, adquirindo, por isso, dimensão histórica universal reconhecida pela UNESCO. Qualquer intervenção arquitectónico-urbanística projectada para aquela cidade, deve, desde então, obedecer a critérios de rigor e de respeito pelas convenções internacionais que uma tal classificação implica. Depois, falar de Angra e da sua arquitectura tem sido, sobretudo, falar de um passado que remonta aos séculos XV/XVI e pára nos fins do século XIX, varrendo-se da memória dos homens e da história da cidade as intervenções arquitectónicas e urbanísticas do século XX, as quais não suscitaram, até agora, o interesse dos estudiosos e das instituições responsáveis pelo seu património. Ao fazer da arquitectura angrense do século XX o objecto central deste estudo, pretende-se, por um lado, alertar para um período marcado por intervenções arquitectónicas que não podem ser ignoradas, porque integram a imagem e a memória colectiva da cidade. Por outro lado, pretende-se também alertar para a necessidade de reflexão sobre os problemas que se colocam a todos aqueles que estão implicados em intervenções urbanísticas e arquitectónicas nas cidades antigas, assim como para o impacto desses trabalhos na memória colectiva das populações. Sendo claramente impossível estender este estudo a toda a cidade, ou mesmo a toda a zona central inscrita na Lista do Património Mundial da UNESCO, definimos uma área de estudo que, pelas suas características, constitui uma amostra significativa do que pretendemos com este trabalho. A área escolhida foi a "Baixa", cujos quarteirões ortogonais foram concebidos na transição do século XV para o século XVI', segundo orientações de Álvaro Martins Homem e João Vaz Corte Real, capitães~ donatários. Esta área está já representada na Carta de Jan Huygen van Linschoten de 1595, o que constituiu uma das principais razões para a referida classificação da cidade de Angra (figs. 8 e 8A). A zona escolhida para o estudo é delimitada da seguinte forma: - Do lado sul, pelo mar; - Do lado da terra, a sua delimitação começa a leste, no ponto de intercepção do prolongamento do eixo da Rua do Santo Espírito com a linha da costa e intercepta a Rua Rainha D. Amélia. Prossegue pelas traseiras do edifício da Câmara Municipal, cruza a Rua João de Deus, inflecte para nordeste, contornando e incluindo o Hotel de Angra e prosseguindo pelo eixo da antiga Travessa da Saúde; - Em seguida, inflecte para oeste, contornando a fachada da Igreja dos Jesuítas e o muro sul dos jardins do Palácio dos Capitães-Generais. Cruza a Rua do Palácio e passa pelas traseiras dos edifícios do lado norte da Rua da Esperança, inflectindo para sudoeste e contornando os limites sudeste e sudoeste do Mercado Duque de Bragança. Depois, cruza a Rua do Rêgo e continua pelo eixo da Rua Dr. António Moniz, inflectindo para oeste, de modo a contornar o limite Norte dos terrenos da Escola Infante D.Henrique até à Rua Madre de Deus cujo eixo segue para sul. Atravessa o Largo do Alto das Covas, de modo a apanhar o eixo da Rua Recreio dos Artistas, até intersectar a Rua do Conselheiro Jacinto Cândido e inflectir para oeste, apanhando o eixo da Rua Nova até intersectar a linha da costa (ver planta no fim deste capítulo). Para a compreensão das intervenções arquitectónicas e urbanísticas ocorridas em Angra no decurso do século XX, considerou-se indispensável apreender a evolução da urbe desde a sua génese até aos finais do século XIX, tendo presente que as intervenções novecentistas continuavam o processo evolutivo que se iniciara com o povoamento, na primeira metade do século XV. Assim, antecedendo os capítulos respeitantes às intervenções novecentistas, apresenta-se uma síntese das principais etapas do urbanismo angrense, elaborada a partir de vários estudos dos quais se destaca o de Manuel Coelho Baptista de Lima, "Apontamentos para uma proposta destinada à inclusão da zona central de Angra do Heroísmo na Lista do Património Mundiar. Devido à diferente formação profissional dos projectistas, subdividimos o capítulo "Intervenções Arquitectónicas no decurso do século XX" em dois itens, analisando, no primeiro, os edifícios de habitação e, no segundo, os edifícios públicos. Subdividimos igualmente o capítulo "Intervenções Urbanísticas no decurso do século XX" em quatro itens, analisando no primeiro a cidade tal como foi representada na Planta de 1905, no segundo o Ante-Plano de Urbanização de 1946, no terceiro o Levantamento aero-fotog ra métrico de 1980 e, no quarto, as intervenções efectivamente realizadas nesse século. A análise das intervenções arquitectónicas e urbanísticas assentou em três momentos: o primeiro correspondente aos antecedentes históricos dos espaços abertos e dos edifícios construídos ou alterados; o segundo correspondente à descrição dos projectos e das obras; e o terceiro correspondente ao impacto que tais intervenções tiveram junto da população angrense. Para a reconstituição histórica dos edifícios e espaços intervencionados conjugámos diferentes informações anteriores ao século XX, desde os estudos monográficos às plantas de Angra. Dos vários trabalhos monográficos consultados foi-nos particularmente útil o de Frederico Lopes, Da Praça às Covas, memórias de uma velha rua, pelas valiosas referências históricas sobre um grande número de edifícios angrenses. Das plantas analisadas destacamos a Carta de Linschoten de 1595, a Planta da Cidade de 19055 e as Plantas de 1946; a comparação entre a primeira e as últimas permitiu-nos "visualizar" não só as transformações operadas no tecido urbano de Angra até finais do século XIX, mas também as que resultaram das intervenções novecentistas. Para a caracterização destas intervenções, particularmente das arquitectónicas, recorremos, sempre que foi possível, à análise dos respectivos projectos e memórias descritivas. Finalizamos o nosso estudo com uma reflexão sobre as "variações do sentido estético" dos angrenses relativamente às intervenções ocorridas na cidade antes e depois de 1980, tendo presente que esta data, com a ocorrência do sismo, determinou um novo olhar sobre o património construído da cidade. No Apêndice Documental, em volume separado, foi reunida e inventariada a documentação que sustentou estas hipóteses de trabalho e que, consequentemente, fundamentou o nosso estudo.
URI: http://hdl.handle.net/10174/11591
Type: doctoralThesis
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