Please use this identifier to cite or link to this item: http://hdl.handle.net/10174/11552

Title: A urbanização dos homens e a urbanização dos espaços: o caso particular do Alentejo
Authors: Cascais, Mariana de Jesus Martins de Torres Vaz Freire
Advisors: Nazareth, Joaquim Manuel
Keywords: Sociologia rural
Sociologia urbana
Alentejo
Urbanização
Issue Date: 1993
Publisher: Universidade de Évora
Abstract: "Sem resumo feito pelo autor" - A opção pelo tema levou-nos a considerar que uma tese no âmbito do fenómeno da urbanização deveria passar óbviamente pela Sociologia Urbana como, naturalmente, fazer recurso aos pontos de vista da Sociologia Rural e da Demografia. A Sociologia Urbana engloba em primeiro lugar os estudos sobre o processo global de organização, perspectivados dentro de uma óptica quase exclusivamente demográfica; em segundo lugar, as investigações sobre desorganização social e aculturação; finalmente, a velha tradição dos "comunity studies" conseguiu um estatuto próprio, quer se trate do estudo exaustivo de uma cidade pequena, quer do estudo de uma qualquer unidade urbana. A Sociologia Rural, por seu turno, estuda as relações humanas no ambiente rural; numa leitura mais desagregada, a Sociologia Rural integra nas suas preocupações, dentro de um quadro de referências espacial que é o mundo rural, as formas de associação da população, a mudança de valores como a acumulação cultural, as necessidades, impulsos, motivações do "homem do campo", as formas de resposta dos indivíduos e dos grupos às situações mais diversificadas. Tanto em um como no outro caso e porque se trata de sociologias especiais que, por conseguinte, limitam o seu campo de análise a uma classe especial de fenómenos sociais, devido à interacção que é condição da dinâmica da Sociologia é difícil a delimitação precisa de um objecto teórico específico. No entanto, a própria dificuldade no estabelecimento de fronteiras entre os dois campos de análise em causa tem evoluído, à medida que evolui a própria sociedade. Se autores há que referiram a inexistência de um objecto teórico específico da Sociologia Urbana, outros apontam hoje, por outro lado e numa abordagem evolucionista, a urbanização crescente da humanidade e a possibilidade da extinção do objecto da Sociologia Rural... Naturalmente que defendemos a ideia de especificidade, pelas diferenças inevitáveis de cada um dos dois mundos em presença. Contudo, não limitaremos o estudo ao âmbito de um compromisso de natureza histórica, que tem como pressuposto a ideia de um continuum em que o rural e o urbano são os dois extremos, dependendo o último do estádio da evolução do que fora o primeiro. Isso implicaria o recurso a elementos que ultrapassam os limites do que nos propusemos, visto que não é nosso objectivo entrar pelo campo da discussão filosófica da validade, ou da autonomia, das sociologias especiais. Sem pretendermos portanto enveredar pela questão de um continuam rural-urbano, a escolha do tema não nos permitiu, no entanto, a rejeição absoluta de um continuum de natureza teórica. A urbanização dos espaços como dos homens parece efecti-vamente apontar para a perda total de identidade das zonas rurais, quiçá para o fim da existência de um objecto da Sociologia Rural... Todavia, a cidade chamou a si uma carga simbólica 7 de que a "sofisticação" urbana não apagou a ruralidade original. Ainda que com perspectivas Obviamente distintas e sem que o referissem sempre claramente, tem havido aproximações às realidades urbana e rural, e uma situação é complementar da outra; abordaram a cidade do ponto de vista da Geografia como da sociologia em outras situações, procurando sempre explicações e/ou referências no mundo rural. É evidente que o isolar um objecto de estudo, ou uma abordagem, significa aparentemente a sua delimitação; por outro lado, restringe as interacções como as zonas de contacto ou até de interpenetração, garantindo-se uma maior objectividade. No entanto a dimensão do objecto, mais que a sua natureza, traduz-se numa maior dificuldade ao nível da dita delimitação, porquanto a dimensão arrasta a complexidade e, consequentemente, alarga o âmbito e a diversidade das interacções referidas. Pelas contradições que encerra, de entre as quais a aparente "transparência" que tem facultado uma multiplicidade de leituras lineares da sua realidade socio-cultural, o Alentejo constitui o objecto que privilegiámos no nosso estudo. Ocupa uma área que representa quase uma terça parte da superfície total do continente e a sua população escassa não é factor suficiente da ausência de complexidade. Por outro lado, tem como pressuposto das leituras citadas uma ruralidade que a evolução do seu povoamento parece desmentir. o desenvolvimento que, de um ponto de vista empírico, parece real, não tem sido suficientemente eficaz no sentido de impedir o abandono que é hoje de uma parte substancialmente importante da sua população mais válida; e contudo, pontualmente a região surge como polo de atracção para elementos de grupos específicos da população nacional. Pensamos pois, que, pese embora a exiguidade que se nota a alguns níveis dos dados necessários à investigação e que para o resto do país seria provavelmente a mesma, o Alentejo justifica um trabalho que é não s6 de análise do processo de urbanização, mas que utilizaremos para testar um critério de análise que pretendemos eficaz. Trata-se de uma vasta região cuja dimensão no contexto nacional não corresponde, no entanto e de nenhum ponto de vista, à sua capacidade efectiva de intervenção ao nível das decisões quer no país como, na maioria das vezes, no âmbito da sua própria realidade. A baixa densidade populacional, que se deve às dificuldades de ordem natural postas à fixação das populações, fez que a região fosse ao longo de gerações definida "quase oficialmente" como o "Celeiro de Portugal", a reflectir uma política de incentivo a uma agricultura defeituosa e praticada quase sempre em moldes tradicionais.
URI: http://hdl.handle.net/10174/11552
Type: doctoralThesis
Appears in Collections:BIB - Formação Avançada - Teses de Doutoramento

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