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http://hdl.handle.net/10174/11214
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Title: | Biologia e ecologia do percebe Pollicipes pollicipes (Gmelin, 1790), no litoral sudoeste portugês |
Authors: | Cruz, Teresa Paula Gonçalves |
Keywords: | Ecologia do percebe Pollicipes pollicipes Percebes Litoral sudoeste português Biologia marinha Crustácio |
Issue Date: | 2000 |
Publisher: | Universidade de Évora |
Abstract: | "Sem resumo feito pelo autor"; Pollicipes pollicipes (Gmelin, 1790), cujo nome vulgar é percebe, é um crustáceo cirrípede que se distribui sobretudo na zona intertidal de substrato duro de Portugal Continental. No nosso país, o percebe é o recurso económico mais importante da zona entre marés. No entanto, com excepção da Reserva Natural da Berlenga e das áreas portuárias em geral, onde a apanha do percebe é proibida, não existe qualquer regulamentação da sua apanha e comercialização. É opinião generalizada, especialmente dos apanhadores de percebes, que a sua abundância nesta costa tem sofrido uma considerável diminuição nas últimas décadas, sobretudo no respeitante aos exemplares de maior dimensão. Apesar de a sua distribuição geográfica ser extensa (desde a Bretanha, em França, até ao Senegal, sendo raros no Mediterrâneo), os estudos sobre a sua biologia, em geral, e a sua ecologia, em particular, são pouco abundantes.
Os objectivos gerais deste trabalho consistiram no estudo dos padrões de distribuição, abundância, reprodução, recrutamento e crescimento desta espécie no litoral sudoeste português.
Com algumas excepções, a maior parte das respectivas amostragens foram realizados no Cabo de Sines e no Cabo Sardão, entre finais de 1990 e 1992, e em diferentes habitats: subtidal (condições de imersão permanente); de baixo (estrato inferior da zona intertidal em que os percebes são abundantes); de cima (estrato superior da zona intertidal em que os percebes são abundantes); de percebe mijão (fresta larga onde os percebes são mais abundantes e apresentam o pedúnculo mais comprido que nos restantes habitats).
A presença de percebes em densidades elevadas no litoral sudoeste português verifica-se em locais com elevado hidrodinamismo, como superfícies rochosas de declive acentuado, frestas mais ou menos estreitas e grutas, e directamente expostas à ondulação dominante de noroeste. Foram observadas variações acentuadas da sua abundância a uma pequena escala espacial, nomeadamente relacionadas com a orientação e o declive do substrato. P. pollicipes distribui-se de forma gregária, sobretudo na zona intertidal, podendo também estender-se subtidalmente. Na zona intertidal, é mais abundante até cerca de 3 a 4 metros acima do Zero Hidrográfico. Nesta zona, os taxa mais abundantes observados juntamente com P. pollicipes foram: Corallina officinalis, Patella aspera e "Lithothamnia" (conjunto de espécies de algas rodoficeas encrustantes).
No litoral sudoeste português, são ainda numerosas as áreas em que o percebe foi considerado abundante (ex.: Cabo de Sines; Cabo Sardão; Pedra da Atalaia; Pontal da Carrapateira; Cabo de São Vicente). Não foram encontradas diferenças significativas na percentagem de cobertura e no tamanho máximo de percebes em locais com diferentes regimes de exploração humana. No habitat de cima do Cabo de Sines, foi estimado, que para apanhar 5 kg de percebes comerciáveis numa maré, uma pessoa teria que explorar uma área entre 11 a 28 m2.
P. pollicipes pode ser considerada uma espécie hermafrodita simultânea, com uma ligeira tendência protândrica, tendo os tamanhos mínimos de maturação sexual feminina e masculina sido de 12.5mm (distância máxima entre as placas rostrum e carina, RC) e 10mm (RC), respectivamente.
Os ciclos gametogénicos de P. pollicipes no Cabo de Sines (animais com RC superior ou igual a 15 mm) foram considerados similares nos habitats de cima e de baixo. Durante todo o ano, foi observado o armazenamento de esperma nas vesículas seminais, apesar de os testículos serem escassos e não conterem esperma entre Outubro e Dezembro. Durante o resto do ano, os "machos" (parte masculina de cada indivíduo) apresentaram um número elevado de testículos. Quanto à gónada feminina, observou-se que esta se encontrou em repouso desde Outubro até Janeiro e activa de Março a Setembro. |
URI: | http://hdl.handle.net/10174/11214 |
Type: | doctoralThesis |
Appears in Collections: | BIB - Formação Avançada - Teses de Doutoramento
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