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http://hdl.handle.net/10174/4969
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Title: | Argamassas |
Authors: | Margalha, Maria Goreti |
Keywords: | Argamassa Cal |
Issue Date: | 2011 |
Abstract: | Resumo
Até ao séc. XX, as cais utilizadas em obra eram-no preferencialmente sob a forma de pasta. Após a transformação da rocha em cal, esta era armazenada de uma forma que não perdesse as suas características. Para isso, eram utilizados tanques ou grandes fossos onde a cal ia sendo armazenada sempre coberta pela água para evitar a sua carbonatação (Alarcão, 1978). Através deste processo, garantia-se a qualidade do material por largos anos. Refere, por exemplo, Duquesnay que, em Landsberg, perto de Meiningen na Alemanha, foi encontrado um fosso de cal com cerca de trezentos anos onde a cal se encontrava armazenada estando carbonatada apenas até a uns centímetros de profundidade, mantendo-se a restante em boas condições, apenas um pouco seca (Duquesnay, 1883). Há outras referências à necessidade do período de maturação da cal ser prolongado para garantir a sua qualidade, Plínio, por exemplo, indicava o período de 3 anos antes do uso da cal (Millar, 1897).
A extinção da cal com excesso de água, hidratação por fusão, dando origem à cal em pasta, é um processo antigo. Os romanos usaram esta forma de extinguir a cal, guardando-a em fossas revestidas com argila. Na hidratação por fusão, é importante o tempo que medeia desde a adição da água até à utilização da pasta. Quanto maiores forem as pedras de cal, mais prolongado deve ser o tempo de imersão. Como as rochas não são totalmente puras, podem sempre surgir, quando sujeitas a temperaturas durante a cozedura um pouco mais elevadas, certos compostos com alguma hidraulicidade, que não se extinguem desta forma natural e, por outro lado, pode também ficar algum material que não se transformou totalmente no processo químico. Sendo assim, é importante que as cais sejam passadas por um peneiro fino para eliminar estes materiais cujo comportamento pode ser variável.
A plasticidade ganha pelo tempo de maturação é, assim, empiricamente, desde há muito tempo conhecida. Hoje, esta plasticidade é atribuída à morfologia e dimensões dos cristais de portlandite e à capacidade de retenção de água. A superfície específica já foi determinada por alguns autores com argamassas de cal com diversos períodos de extinção tendo-se verificado que há um aumento desta característica física, pela diminuição dos cristais de portlandite, com o tempo de maturação.
Actualmente, também se pode obter a cal em pasta adicionando água à cal hidratada em pó. De qualquer forma, embora a cal hidratada em pó e a cal em pasta tenham composições químicas semelhantes, são ligantes com características físicas e microestruturais muito diferenciadas.
Com o presente trabalho pretende-se dar a conhecer as características dos ligantes e das argamassas com vista à sua utilização na recuperação do Património. |
URI: | http://hdl.handle.net/10174/4969 |
Type: | other |
Appears in Collections: | ERU - Publicações de Carácter Pedagógico
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