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http://hdl.handle.net/10174/4205
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Title: | A Sombra Gótica Anglo-Americana na Arte e Literatura Portuguesa actuais |
Authors: | LIMA, Maria Antónia |
Keywords: | Gótico Sombra |
Issue Date: | 2011 |
Publisher: | Fundação Calouste Gulbenkian |
Citation: | 2nd International Conference on Anglo-Portuguese Studies Fundação Calouste Gulbenkian Lisbon, 18-20 April 2011 - New University of Lisbon |
Abstract: | Num tempo de incertezas, dúvidas profundas acerca do futuro e de revelações inquietantes
sobre um passado cuja ameaça parece pairar assustadoramente sobre um presente repleto de
pessimismos, surge, no panorama da literatura e das artes nacionais, um conjunto de criadores
cujas visões negras captam os “medos de existir” inerentes à sensibilidade portuguesa,
assimilando simultaneamente efeitos da criatividade gótica Anglo-Americana que sobre as
suas obras projectam uma sombra de luminosidade que melhor revelará a sua originalidade.
Desde as atmosferas inquietantes do universo ficcional de Ana Teresa Pereira, tão
felizmente “ensombrado” pelas criações de Henry James, Truman Capote, Iris Murdoch
e Hitchcock; aos “livros negros” de Gonçalo M. Tavares, onde as personagens se confrontam
com um estado de desolação existencial e exprimem visões tão sombrias e alucinadas sobre a
condição humana, como as de Ahab ou Bartleby de Melville; passando por artistas como Nuno
Cera, com experiências artísticas em Berlim e Nova Iorque, onde produziu arte como metáfora
para o colapso social e cultural contemporâneo tendo criado zombies como outsiders e
fantasmas semelhantes a pessoas perdidas e desprovidas de passado e futuro, pairando sem
destino num espaço decadente; podemos chegar à mais forte captação desta “darkness
visible” através do gótico poético e musical de Fernando Ribeiro, vocalista dos Moonspell, que
nos lembra a negritude do universo ficcional de David Soares, escritor mais directamente
conotado com o Fantástico e tradutor de Alan Moore, Jack Dann e Philip K. Dick, além
de ser leitor assíduo de Alexander Theroux, Edward Carey e Flann O’ Brian, tendo
contactado com o pensamento de John Douglas, um dos criadores da análise de perfis
psicológicos de assassinos em série para o FBI, e crucial para a construção do pintor
psicopata em O Evangelho do Enforcado, provando-se assim que, sem todas estas
luminosas sombras, a literatura e arte Portuguesa actual decerto viveria rodeada de
impenetráveis trevas. |
URI: | http://hdl.handle.net/10174/4205 |
Type: | lecture |
Appears in Collections: | LLT - Comunicações - Em Congressos Científicos Internacionais
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