Family Farming in Huambo: An Economic and Social Sustainability Approach to Overcoming Poverty

Abstract

Family farming plays a fundamental role in the livelihoods of households in Huambo, Angola. This study aimed to analyze the nature and characteristics of family farming in Huambo Province and to propose sustainable production systems that enable families to achieve a level of well-being above the poverty line. Given the high levels of poverty in Angola, particularly in rural areas where farming is often a way of life, Ethnographic Linear Programming (ELP) models were employed. These models enabled a comprehensive analysis of the economic and social sustainability of farming households, incorporating aspects of social organization, history context, culture and daily practices. This approach also provided a solid foundation for recommending technologies and policy interventions to promote the long-term sustainability of these households. The results reveal that family farmers operate farms of varying sizes: very small (area <= 1ha; 44,4%), small (1 < area ≤ 3 ha; 18,2 %); medium (3 < area ≤ 5 ha; 20,3%); and large (area > 5 ha; 17,1%). Under current conditions, agricultural yields are low, and the models indicate that very small and small-scale farmers remain to live below the poverty line (they are poor). In contrast, medium and large-scale farmers surpass the poverty threshold. The introduction of high-yield certified seed varieties in crop production and, in livestock farming, the adoption of goats capable of producing two births annually, has proven to be effective in increasing productivity and improving household outcomes. To strengthen family farming systems in Huambo, it is important to develop and implement public policies. Priority measures include improving access to land, expanding rural credit schemes, enhancing rural extension services, empowering rural women, and promoting agricultural cooperatives. These interventions are necessary for fostering sustainable agricultural development and lifting more families out of poverty; - Agricultura Familiar no Huambo: Uma Abordagem da Sustentabilidade Económica e Social para Superar a Pobreza - Resumo: A agricultura familiar desempenha um papel fundamental na vida dos agregados familiares do Huambo em Angola. Este trabalho teve como objetivo analisar a natureza e as caraterísticas da agricultura familiar na província do Huambo e propor sistemas de produção alternativos que sejam sustentáveis e permitam às famílias atingir níveis de bem-estar acima do limiar de pobreza. Desta forma, considerando os elevados níveis de pobreza em Angola, especialmente nas zonas rurais, onde em muitos casos a agricultura é considerada um modo de vida, foram desenvolvidos modelos de Programação Linear Etnográfica (PLE). Estes modelos permitiram a análise da sustentabilidade económica e social dos agregados familiares agrícolas de forma abrangente, incorporando aspetos da organização social, contexto histórico, cultura e práticas quotidianas. Esta abordagem também forneceu uma base sólida para sugerir tecnologias e intervenções políticas para promover a Sustentabilidade a longo prazo destes agregados familiares. Os resultados obtidos mostram que os agricultores familiares têm explorações de diferentes dimensões: muito pequenas (área <= 1ha; 44,4%); pequenas (1 < área ≤ 3 ha; 18,2 %); médias (3 < área ≤ 5 ha; 20,3 %); e grandes (área > 5 ha; 17,1 %). Nas condições atuais, as produtividades são baixas e os modelos indicam que os agricultores muito pequenos e de pequena escala continuam a viver abaixo do limiar de pobreza (são pobres). Em contrapartida, os médios e grandes agricultores ultrapassam o limiar da pobreza. A introdução na produção vegetal de novas variedades de sementes certificadas com índice produtivo elevado e, no caso da pecuária, a adoção de cabras com duas parições por ano, mostrou-se eficaz para aumentar a produtividade e melhorar os resultados das famílias. Para reforçar os sistemas de agricultura familiar no Huambo é importante desenvolver e implementar políticas públicas. As medidas prioritárias incluem a melhoria do acesso à terra, a expansão de programas de crédito rural, o reforço dos serviços de extensão rural, a capacitação das mulheres rurais e a promoção de cooperativas agrícolas. Estas intervenções são necessárias para promover o desenvolvimento agrícola sustentável e tirar mais famílias da pobreza.