Please use this identifier to cite or link to this item: http://hdl.handle.net/10174/36643

Title: 7. Emancipação feminina - uma escala pela antropologia
Authors: Santos, José Rodrigues dos
Keywords: Contracepção
Aborto
Fertilidade
Childlessness
Childfree
Mulher
Childless men
Issue Date: 6-Nov-2023
Citation: O impacto extraordinário que viria a ter, quase de imediato, a legalização da contracepção oral (primeiro, comparticipada pela Segurança Social e em seguida, gratuita!), escapou, segundo Françoise Héritier, aos que foram responsáveis pela decisão política. Já citámos - e relembramos - o "paradoxo" que espanta FH: "A concessão paradoxal às mulheres do instrumento da sua emancipação". "Este instrumento de emancipação foi concedido às mulheres praticamente por engano (...) No espírito dos parlamentares, o acesso à contracepção era um meio de regulação dos nascimentos que ia ser confiado à mulheres, nunca uma alavanca para acederem à autonomia e à liberdade". O paradoxo provinha da contradição entre a dominação masculina e a sua tendência natural para se manter e a "concessão" (aparentemente gratuita, porque não havia conflitos nem movimentos sociais poderosos) de uma espécie de "carta de alforria" e da liberdade às mulheres. A questão coloca-se para FH porque a sua obra focaliza-se desde muito cedo na questão da dominação masculina e no enigma da sua quase universalidade: um "invariante" através do tempo e do espaço, correlativo à proibição do incesto e à sua consequência lógica, a exogamia.
Abstract: O impacto extraordinário que viria a ter, quase de imediato, a legalização da contracepção oral (primeiro, comparticipada pela Segurança Social e em seguida, gratuita!), escapou, segundo Françoise Héritier1, aos que foram responsáveis pela decisão política. Já citámos - e relembramos - o "paradoxo" que espanta FH: "A concessão paradoxal às mulheres do instrumento da sua emancipação". "Este instrumento de emancipação foi concedido às mulheres praticamente por engano (...) No espírito dos parlamentares, o acesso à contracepção era um meio de regulação dos nascimentos que ia ser confiado à mulheres, nunca uma alavanca para acederem à autonomia e à liberdade". O efeito mais importante à escala global foi o de potenciar o decréscimo da taxa de natalidade, que outros factores (como o crescente acesso das mulheres à educação e ao mercado do trabalho) já tinham lançado. Em todos os países ocidentais, de onde partiu a "revolução" reprodutiva, a natalidade desceu abaixo do nível de renovação das gerações. Efeito macrossocial que, por resultar da agregação de decisões individuais, passou despercebido dos agentes, nomeadamente das mulheres e dos seus companheiros.
URI: https://wordpress.com/post/umolharantropologico.wordpress.com/1780
http://hdl.handle.net/10174/36643
Type: workingPaper
Appears in Collections:CIDEHUS - Working Papers

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