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http://hdl.handle.net/10174/35770
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Title: | Sagrado e arte: Arte religiosa de Portugal e Brasil em acervos museológicos |
Authors: | Roque, Maria Isabel |
Editors: | Granato, Marcus Lima, Diana Farjalla Correia |
Keywords: | Arte religiosa Museologia da religião Patrimônio cultural Religious art Religious museology Cultural heritage |
Issue Date: | 2020 |
Publisher: | Museologia e Patrimônio |
Citation: | Roque, M. I. (2020). Sagrado e arte: Arte religiosa de Portugal e Brasil em acervos museológicos. Museologia e Patrimônio, 13(1), 10-46. Disponível em http://revistamuseologiaepatrimonio.mast.br/index.php/ppgpmus/article/view/796/696 |
Abstract: | A museologia cruza-se com o fenômeno religioso, no sentido em que os museus
expõem objetos ligados ao sagrado, relacionados com o culto e a devoção. No mundo ocidental e, em particular, na Europa, a ligação ao Cristianismo informa a história da Museologia, desde as atividades paramuseológicas dos tesouros eclesiásticos medievais à criação dos primeiros museus com acervos constituídos a partir dos bens desafetos à Igreja secular e regular. Além disso, o Cristianismo enquadra grande parte da cultura e da arte
ocidental, no sentido em que grande parte da produção artística, sobretudo até finais do século XVIII, resulta de encomendas eclesiásticas ou versa temáticas de matriz cristã. Um dos momentos cruciais na história da arte religiosa coincide com a mútua influência da arte religiosa de Portugal e do Brasil no contexto do Barroco, com reflexos nas dinâmicas interculturais da religiosidade popular e das manifestações do seu culto externo. Por
conseguinte, a descrição do conceito de sagrado no âmbito do Cristianismo afigura-se crucial para a compreensão das circunstâncias particulares que envolvem a exposição deste patrimônio no museu. A transformação do objeto religioso em musealia, ligada à transferência para o espaço profano do museu, implica a perda da função original, entendida semiologicamente como função-signo. A descontextualização e a alteração de sentido são, portanto, inerentes ao processo de musealização, durante o qual o objeto religioso tende a ser
avaliado enquanto obra de arte, obliterando os restantes atributos e significados. Nos primeiros museus, o público, familiarizado com as práticas devocionais no seu quotidiano, reconhecia o significado e a função do acervo religioso em exposição. Porém, a progressiva secularização
da sociedade e o abandono da prática religiosa católica face à crescente adesão a outros ritos, tem vindo a provocar o desconhecimento da função original e do significado dos objetos expostos. Impõe-se, por isso, a criação de dispositivos de mediação e interpretação dos objetos expostos, em função do discurso expositivo do museu, sem gerar um ruído visual e informativo incomportável no respetivo espaço físico. O estudo interdisciplinar das coleções, cruzando os domínios da teologia, liturgia, antropologia e história da arte e da cultura, é um procedimento basilar que sustenta posteriores projetos de recontextualização e recuperação das várias componentes semânticas do património. As humanidades digitais, permitindo a segmentação da informação e a sua disponibilização em ambiente virtual, através de processos não invasivos da materialidade dos espaços, bem como a possibilidade de
personalização de perfis, plurais e ecléticos, configuram-se como um recurso adequado à preservação, acesso, interpretação e comunicação dos acervos religiosos existentes em espaços museológicos. |
URI: | http://revistamuseologiaepatrimonio.mast.br/index.php/ppgpmus/article/view/796/696 http://hdl.handle.net/10174/35770 |
ISSN: | 1984-3917 |
Type: | article |
Appears in Collections: | CIDEHUS - Publicações - Artigos em Revistas Internacionais Com Arbitragem Científica
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