Please use this identifier to cite or link to this item: http://hdl.handle.net/10174/3554

Title: Fundamentos para uma Gramática de Funções Aplicada ao Português
Authors: Marçalo, Maria João
Keywords: gramática
funções
português
linguística
Issue Date: 2009
Publisher: CEL
Citation: Marçalo, M. João, 2009, Fundamentos para uma gramática de funções aplicada ao português
Abstract: A teoria linguística aqui apresentada e discutida é, como sublinhámos logo na introdução e se anuncia no próprio título deste trabalho, uma teoria que se insere no âmbito de uma linguística funcional: "La lengua es un “organum para comunicar uno a otro algo sobre las cosas”, como referiu Bühler (1934:63). Para descrever e explicar uma língua, enquanto instrumento funcional de comunicação, nenhuma perspectiva se revela mais pródiga que aquela mesma que considera a função como a pedra ancilar de uma linha epistemológica. Como se sabe, as descrições funcionalistas adoptam um pressuposto implícito: sendo as línguas objectos funcionais, não há descrição mais adequada do que aquela que considera as funções. É certo que dois conceitos se têm digladiado frequentemente. Referimo-nos precisamente aos conceitos de função e natureza, ou seja, função e categoria. Na óptica de Gutiérrez, a primazia teórica pertence ao conceito de função; esse é também, inequivocamente, o princípio que defendemos para uma descrição linguística adequada. Trata-se de reclamar rigorosamente o primado teórico de uma gramática de funções e não de uma gramática de categorias. A definição de língua de Martinet, segundo a qual, a língua é “um instrumento de comunicação segundo o qual a experiência humana se analisa de modo diferente em cada língua, em cada comunidade em unidades dotadas de um conteúdo semântico e de uma expressão vocal – os monemas” (Martinet, 1995: 18), é uma definição que deixa um imenso campo teórico ao crescimento da pragmática e como tal legitima a inclusão dos estudos de pragmática linguística no seio da linguística funcional. Como discípulo de Emilio Alarcos, Salvador Gutiérrez constrói uma linguística alicerçada nos princípios do funcionalismo europeu, com algumas características metodológicas de análise próprias da Escola de Oviedo. No campo da sintaxe, partindo de uma concepção clássica em que todos os complementos verbais se inserem no mesmo nível, Salvador Gutiérrez evoluiu para uma visão que considera os complementos verbais como estando alojados em diferentes órbitas que se posicionam mais ou menos distantes do seu centro que é o verbo. Quando em 1969 Alarcos separa do aditamento o conceito de atributo oracional, abre portas a um novo caminho para o estudo de uma quantidade significativa de fenómenos situados nos extra-muros da frase. Na obra de investigação de Gutiérrez há a preocupação em estudar e honrar os seus antecessores, nomeadamente o seu Mestre Alarcos Llorach, mas não se abdica do propósito de conduzir mais além a investigação quer abrindo novos âmbitos de análise, quer retomando temas menos trabalhados, quer lapidando ou criando instrumentos e ampliando critérios com que se opera, submetendo-os a rigorosa selecção e hierarquização. Cremos que é essa vontade de avançar na investigação que transparece quando afirma: “Siempre he defendido la audacia frente a la inercia”. Não foi objecto deste trabalho o estudo das variações teóricas nos textos de Gutiérrez Ordóñez, ao longo dos anos. O desenvolvimento da obra de Gutiérrez é bastante constante. Não falamos de uma postura estática, mas sim de uma constância metodológica que sempre tem acompanhado a evolução dos seus trabalhos desde os primeiros aos mais recentes. Considerando, que a língua é um instrumento de comunicação, Gutiérrez toma este postulado como guia incontestável da sua trajectória de investigador. A sua preocupação com os conceitos básicos de uma gramática de funções foi também para nós um ponto fundamental, ponto que forma e conforma a matéria analisada e explorada em relação ao português. Conceitos como função, categoria, classe, transposição, catálise e elipse são aqui reapreciados e exemplificados. O português é tomado como a língua que permite contradizer ou corroborar a teoria: as teses são confrontadas com a demonstração, é nesta medida que falamos de uma aplicação ao português.
URI: http://hdl.handle.net/10174/3554
Type: book
Appears in Collections:LLT - Publicações - Livros
CEL - Publicações - Livros

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