|
Please use this identifier to cite or link to this item:
http://hdl.handle.net/10174/35051
|
Title: | O confisco de bens: entre a Inquisição e a Coroa (Portugal, séculos XVI-XVIII) |
Authors: | Lopes, Bruno |
Editors: | REY CASTELAO, Ofelia CEBREIRO ARES, Francisco |
Keywords: | Inquisição Finanças Confisco de bens Fazenda régia Portugal direitos de propriedade |
Issue Date: | 2023 |
Citation: | LOPES, Bruno, «O confisco de bens: entre a Inquisição e a Coroa (Portugal, séculos XVI-XVIII)», in REY CASTELAO, Ofelia e CEBREIRO ARES, Francisco (ed.), Los caminos de la Historia Mo-derna: Presente y porvenir de la investigación», Santiago de Compostela, Universidad de Santiago de Compostela, 2023, pp. 269-279. ISBN: 978-84-19679-31-4. |
Abstract: | Este trabalho explora as confiscações inquisitoriais em Portugal, entre os séculos
xvi e xviii, e questiona quem beneficiou diretamente com as apreensões e confiscações
levadas a cabo pelos tribunais distritais da Inquisição. Um grande filão da
literatura tem-se preocupado em compreender como as instituições afetaram o
desenvolvimento económico. De acordo com estes autores, as instituições extrativas
– aquelas que não protegem direitos de propriedade e extraem a riqueza dos
indivíduos – não promovem o crescimento económico. Os tribunais da Inquisição
da Época Moderna podem ser considerados casos exemplares desse tipo
de instituições uma vez que, entre um leque alargado de sentenças que podiam
aplicar, encontrava-se a prerrogativa de confiscar bens móveis e imóveis de indivíduos
específicos (hereges e apóstatas). No século xix, uma certa linha de pensamento
liberal considerou estes tribunais como uma das causas que impediram o
desenvolvimento do sul da Europa, nomeadamente os países de Portugal, Espanha
e Itália. Como poucas exceções, a historiografia portuguesa tem dado pouca
atenção à atividade confiscatória, tendo-se preocupado, fundamentalmente, com
o enquadramento institucional dos tribunais distritais do Santo Ofício (localizados
em Coimbra, Évora, Goa e Lisboa). No entanto, mesmo esses estudos não
exploram exaustivamente as fontes documentais relativas às finanças inquisitoriais.
Este trabalho pretende, assim, preencher parte dessa lacuna, questionando
o fim dado aos bens apreendidos e confiscados pela Inquisição portuguesa. Apresenta-
se uma série nova de dados que compreende informação relativa às receitas
obtidas com os processos confiscatórios levados a efeito pelos três tribunais
distritais do Santo Ofício, deixando de fora o de Goa. Infelizmente, não se dispõe
de uma série completa de dados, mas a informação de que se dispõe aponta que
os bens confiscados eram vendidos em hasta pública e a receita obtida era uma
fonte importante para os cofres inquisitoriais. Além disso, demonstra-se como
o processo de confiscação foi um processo através do qual a Coroa portuguesa
também se autofinanciou em épocas de contração económica, já que os monarcas
recorreram a esta fonte de receita para cobrir despesas extraordinárias, particularmente durante os períodos de guerra. |
URI: | http://hdl.handle.net/10174/35051 |
Type: | bookPart |
Appears in Collections: | CIDEHUS - Publicações - Capítulos de Livros
|
Items in DSpace are protected by copyright, with all rights reserved, unless otherwise indicated.
|