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http://hdl.handle.net/10174/27117
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Title: | Abordagem transdisciplinar dos transtornos do desenvolvimento e da Intervenção Precoce |
Authors: | Franco, Vitor Amaral, Leonor |
Editors: | PArlato-Oliveira, Erika Szejer, Myriam |
Keywords: | Transdisciplinaridade Intervenção Precoce |
Issue Date: | 2019 |
Publisher: | Instituto Langage |
Abstract: | O desenvolvimento científico faz-se no sentido da especialização, reduzindo o âmbito de cada campo de conhecimento e de intervenção dos diferentes profissionais. A organização disciplinar do saber permite conhecer mais e de modo mais aprofundado, mas traz consigo o risco de hiperespecialização e um afastamento do objeto de estudo, uma vez que cada disciplina tende a tomá-lo como seu, em detrimento das ligações que ele tem com outras disciplinas. Consequentemente, são necessárias novas formas de articulação entre os diferentes saberes e abordagens.
A interdisciplinaridade representa hoje uma exigência e um progresso significativo na articulação desses diferentes saberes, especialidades e profissões, permitindo ir para além das limitações de visões demasiado estreitas e, especialmente, de práticas muito segmentadas. No entanto, fica quase sempre ao nível dessa articulação das prática profissionais e da conjugação de saberes, não pondo em questão a produção do próprio saber e os seus limites, decorrentes da especialização.
Por outro lado, a abordagem transdisciplinar pretende ir mais além e ultrapassar as próprias limitações do pensamento e práticas disciplinares. A transdisciplinaridade pode ser entendida numa tríplice dimensão: forma de produção de conhecimento, modo de organização do trabalho em equipa e conjunto de práticas especificas e diferenciadas ao nível da intervenção.
Estas questões, que se colocam em relação ao conhecimento científico em geral, colocam-se de modo particular relativamente às crianças e, de modo especial, às crianças com transtornos de desenvolvimento. A transdisciplinaridade pretende viabilizar a abordagem da complexidade do desenvolvimento infantil face a todas as diferentes leituras disciplinares, e pensar sobre as crianças com transtornos de desenvolvimento entendendo-as de um modo global e não apenas na perspectiva do que habitualmente é chamado o modelo médico, ou centrado no problema.
A Intervenção Precoce, enquanto metodologia de trabalho com as crianças com transtornos de desenvolvimento, ou em risco elevado de os poderem vir a apresentar, assume-se como tendo por base três pressupostos fundamentais: a) uma perspectiva centrada na família; b) prática de intervenção que privilegia os contextos de vida da criança e os recursos da comunidade; c) abordagem transdisciplinar. É assim que se diferencia claramente da abordagem tradicional da estimulação precoce, que era centrada no problema, ou na criança, pressupondo a segmentação da criança em função dos saberes correspondentes as áreas frágeis ou deficitárias. Apesar de se enraizar numa leitura mais desenvolvimental e bio-ecológica do desenvolvimento, esta visão transdisciplinar no campo da Intervenção Precoce abre necessariamente aos contributos das diferentes perspetivas e práticas profissionais, nomeadamente as que abarcam as neurociências, as que enfatizam as dimensões relacionais do bebé com os seus cuidadores, e as que realçam os aspectos sistémicos e contextuais do desenvolvimento. |
URI: | http://hdl.handle.net/10174/27117 |
Type: | bookPart |
Appears in Collections: | PSI - Publicações - Capítulos de Livros
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