Please use this identifier to cite or link to this item: http://hdl.handle.net/10174/23680

Title: Insólitas Afinidades: Alteridade em Albert Camus e Paul Bowles
Authors: Gomes, Fernando
Editors: Gomes, Fernando
Keywords: Albert Camus
Paul Bowles
Estudos Pós-coloniais
Identidade
Alteridade
África do Norte
Issue Date: 2017
Publisher: Edições Cosmos
Abstract: Insólitas Afinidades: Alteridade em Albert Camus e Paul Bowles pretende ser uma análise, inspirada por teorias pós-coloniais, da interacção ocidental com a alteridade magrebina em instantes da obra destes autores que serão figurativos de um espaço e tempo restritos: o Norte de África, durante e após a Segunda Guerra mundial, e subsequente período de descolonização. Procura-se inquirir, em momentos analíticos separados, o discurso colonialista nos diversos diálogos com o "outro"; opção que visa uma leitura mais atenta de modo a alcançar conclusões parciais no sentido da existência de analogias nos diálogos com a alteridade. Na leitura das narrativas de Camus evidenciam-se os elementos do discurso colonialista numa representação que revela, apesar da crítica à política colonial, ocultação da História e algum reducionismo na apreensão da realidade. Demonstra-se neste trabalho que a sua ficção indicia uma duplicidade de sentimentos relativamente à Argélia e à ocupação colonial francesa. De facto, a sua obra expõe uma interacção baseada em preconceitos colonialistas e uma figuração tão realista quanto idealizada, que confirma um Camus dilacerado pela História. Na exegese da obra de Bowles procura-se ver em que medida os seus diálogos com a alteridade também expõem estereótipos do discurso orientalista e definir o seu fascínio pelas paisagens geográficas e humanas norte-africanas, que se afiguram locus da demanda e da desintegração da identidade; alteridade muçulmana que o Autor introduz em alternativa ao niilismo ocidental. Para além do discurso ideologicamente estigmatizado, constata-se a falta de objectividade nas suas narrativas, que se revelam uma evocação nostálgica de um ideal geopolítico e a defesa de um status quo sócio-político que participa da ideologia colonialista. Em suma, este percurso analítico evidencia a existência de um discurso que, apesar de participar do imaginário orientalista, não permite concluir sobre eventuais posturas racistas de Camus ou de Bowles. Conclui-se que as narrativas destes autores são, na verdade, testemunhos pessimistas de uma realidade, o reflexo de uma sociedade colonial essencialmente racista, que invalida qualquer relação genuína entre raças culturalmente diferentes.
URI: http://hdl.handle.net/10174/23680
ISBN: 978-972-762-405-8
Type: book
Appears in Collections:CEL - Publicações - Livros

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