Guia de Arquitetura Eduardo Souto de Moura Projectos Construídos

Abstract

As of the date of this publication, Eduardo Souto de Moura has carried out, at the age of sixty-five, seven hundred and sixty-two projects. Many of these he did abroad – in Spain, Italy, France, Switzerland, Croatia, Belgium, United Arab Emirates, Angola, China, United States of America, Qatar -, but six hundred and twelve were in Portugal. Of these, three hundred and forty-seven were never built, nine are still under construction, others have been altered or demolished, but many can be visited today. Eduardo Souto de Moura chose seventy-four of those to feature in this guide. Of all his works in Portugal, these are the ones he would be most proud to show an interested visitor. In some cases, he would be particularly delighted to do so – when asked whether he would like Mies van der Rohe to visit the Municipal Stadium of Braga, he answered candidly: «I would cry». As already mentioned in the introduction to the previous guide in this collection, the purpose of the wording that accompanies the information and documentation relative to each featured work is not to describe what is already in front of the reader nor does it have the ambition to be a critical reflection that could disturb the authenticity of the physical experience of the work. It is, above all, to complement the visit, offering a series of objective data, such as the circumstances of the commission, the trips that preceded the project, simultaneous projects, the stages of the design process, the contingencies of the construction, the reception of the work, but also, and not least, subsequent changes to the project. To this end, the texts in this guide are not only based on the general bibliography on Eduardo Souto de Moura, and much less on critical essays about his work, but especially in his writings – some of which are unpublished – in his interviews, in his statements and in his conferences, as well as in the documents produced in his office, in the hope that his words and the historical facts can best help to communicate the environment of the project and the construction that preceded the work to bring the reader as close as possible to its true essence, straightforwardly. / Eduardo Souto de Moura realizou, até à data de edição deste guia, aos sessenta e cinco anos de idade, setecentos e sessenta e dois projetos. Para além dos que realizou para outros países – Espanha, Itália, França, Suíça, Croácia, Bélgica, Emirados Árabes Unidos, Angola, China, Estados Unidos da América, Catar –, seiscentos e doze destinaram-se ao território português. Destes projetos, trezentos e quarenta e sete não passaram do papel, nove estão ainda a ser construídos, outros foram alterados ou demolidos, mas muitos podem hoje ser visitados. Destes, Eduardo Souto de Moura escolheu setenta e quatro para figurar neste guia. Estas seriam as obras no seu país que Eduardo Souto de Moura se orgulharia de mostrar a um visitante interessado. Relativamente a algumas, teria nisso especial prazer – é disso sintomático o facto de, quando perguntado sobre se gostaria que Mies van der Rohe visitasse o Estádio Municipal de Braga, ter respondido, com candura: «até chorava». Tal como já referido na introdução do anterior guia desta coleção, os textos que acompanham a informação e documentação relativa a cada obra não têm a mera intenção de descrever o que o leitor já tem defronte de si, nem tão pouco a ambição de se constituir como uma reflexão crítica que poderia perturbar a autenticidade da experiência física da obra, mas sobretudo a de ampliar a visita, oferecendo uma série de dados objetivos – as circunstâncias do encargo, as viagens que terão precedido o projeto, os projetos simultâneos, as etapas do desenho, as contingências da construção, a receção da obra, mas também, e não menos importante, as alterações introduzidas a posteriori. Para tal, os textos deste guia não estão apenas fundamentados na bibliografia geral sobre Eduardo Souto de Moura, muito menos em ensaios críticos sobre a sua obra, mas sobretudo nos seus escritos – alguns dos quais inéditos –, nas suas entrevistas, nas suas declarações e nas suas conferências, bem como nos documentos produzidos no seu atelier, na expectativa que o primado das suas palavras e dos factos históricos melhor possam ajudar a transportar o leitor para o ambiente do projeto e da construção que precedeu a obra e que melhor lhe permitam, por isso, aproximá-lo à sua verdadeira essência, sem rodeios.