Please use this identifier to cite or link to this item: http://hdl.handle.net/10174/21293

Title: Liderança e cultura organizacional: O impacto da liderança do diretor na(s) cultura(s) organizacional(ais) escolar(es)
Authors: Caixeiro, Cristina
Verdasca, José
Estêvão, Carlos
Editors: Grave, Lídia
Bastos, Glória
Oliveira, Isolina
Keywords: cultura organizacional escolar, liderança escolar, conceção integradora e fragmentadora, árvore de regressão, perfis de liderança
Issue Date: 2017
Publisher: Universidade Aberta
Abstract: Na escola pública portuguesa pós 25 de abril, o modelo de gestão escolar assente nas lideranças unipessoais teve a sua aparição de forma tímida e a título experimental no início dos anos noventa. Só mais recentemente viria a generalizar-se como modelo de governação dominante, no pressuposto de que a ação do diretor escolar e a sua liderança são fortemente indutores e estimuladores de climas e ambientes organizacionais que favorecem a organização escolar e o seu bom desempenho. No presente texto, começa-se por uma revisão de literatura sobre cultura organizacional e liderança com o objetivo de sistematizar algumas das tendências dominantes e conclui-se que o debate tende a desenvolver-se em torno de dois polos: um, mais centrado na natureza ontológica da cultura e que indaga se a cultura é um fenómeno exógeno à organização (cultura como variável independente e externa) ou, pelo contrário, um fator endógeno e idiossincrático da organização (cultura como variável dependente e interior); um segundo polo, que assenta no modo como a cultura se revela e manifesta, podendo estar situada num contínuo representativo de três hipotéticas modalidades de partilha – a integradora, a diferenciadora e a fragmentadora. A liderança escolar ganhou prioridade na esfera das políticas públicas de educação pelo papel que lhe é atribuído na melhoria dos resultados escolares e no desenvolvimento da escola ao considerar-se a sua forte influência nas motivações e capacitação dos professores e de outros atores escolares, nos contextos e ambientes escolares. Ao assumir-se que os modos de trabalho dos professores são determinantes na melhoria da qualidade das aprendizagens dos alunos, os modelos alicerçados no controlo vertical e burocrático passaram a dar lugar às mudanças a partir do interior das organizações escolares e a responsabilidade de melhoria da escola é transferida para o interior da própria escola, constituindo o principal desafio das lideranças escolares mobilizar os professores e a comunidade na melhoria dos processos e resultados escolares. O estudo empírico desenvolvido teve como principal objetivo identificar e compreender a estrutura configurativa das perceções dos professores sobre os modos de agir e de atuação dos diretores escolares no quadro das conceções referidas de liderança. Construiu-se para o efeito um questionário, o qual, depois de validado, foi aplicado a uma amostra aleatória de 248 docentes, de três unidades orgânicas (agrupamentos de escolas). A simulação especulativa de agregação dos itens com base no significado e sentido do seu conteúdo explícito, foi posteriormente submetida a validação fatorial e respetiva análise da consistência interna. A estrutura configurativa dos modos de agir dos diretores escolares foi obtida com recurso ao método das árvores de regressão, tendo-se verificado que as perceções dos respondentes revelam uma tendência de agregação em torno de uma conceção fragmentadora da liderança escolar versus uma conceção integradora, pois, ora referem o desencorajamento do trabalho colaborativo entre docentes e ciclos de ensino, o fomentar de práticas do tipo ‘cada um por si’, a desvalorização da partilha de experiências pedagógicas, ora destacam o cooperar com os docentes na criação de um projeto comum para a melhoria da escola, a promoção da articulação curricular para garantir resultados escolares de excelência, a estimulação de oportunidades de diálogo e cooperação informal entre os docentes. Corroboram-se ainda algumas das linhas interpretativas que sublinham a prevalência nas organizações escolares da pluralidade de valores, expectativas e interesses, lógicas e modos de ação, enquadráveis com conceções de liderança quer tendencialmente integradoras quer tendencialmente fragmentadoras, todavia, pluralidade essa que parece ser interrompida, para o emergir de uma perceção de conceção integradora, quando se pertence ao órgão de gestão e se vivenciam escolarmente as dinâmicas e cumplicidades do exercício do cargo. A encerrar, a nota de que os modelos puros ou ideais dificilmente poderão ser encontrados nas escolas públicas portuguesas, visto que as dimensões fragmentadoras coabitam lado a lado com as dimensões integradoras e que uma leitura convincente da realidade cultural organizacional escolar só poderá ser realizada mediante a adoção simultânea de ambas as perspetivas em consequência de lideranças ora integradoras ora fragmentadoras.
URI: http://hdl.handle.net/10174/21293
ISBN: 978-972-674-807-6
Type: bookPart
Appears in Collections:CIEP - Publicações - Capítulos de Livros

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