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http://hdl.handle.net/10174/11731
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Title: | A pedagogia da escuta em Jiddu Krishnamurti |
Authors: | Santos, Maria Teresa C. S. Gonçalves dos Santos |
Advisors: | Patrício, Manuel Ferreira |
Keywords: | Pedagogia Jiddu Krishnamurti Educação |
Issue Date: | 2000 |
Publisher: | Universidade de Évora |
Abstract: | "Sem resumo feito pelo autor" - Apresentar um trabalho sobre Krishnamurti é participar o interesse suscitado pela leitura da sua obra e dar conta do consequente esforço investigativo. Ora o que começou por interessar foi a relação entre o discurso pedagógico e o destino particular do autor, tão evidente era a construção da identidade pessoal através do discurso aplicado circunstancialmente. A verdade é que o tema da escuta depressa se impôs, quer por viabilizar uma crítica ao logocêntrismo dominante, quer por conduzir à autenticidade relacional, de extrema tolerância quanto à diversidade e de vigilante sentido de liberdade. A leitura da obra foi duplamente interessante: veio chamar a atenção para a importância que, no domínio da formação humana, representa rever as interpretações estabelecidas e renovar as questões; veio deixar o exemplo de como cada ser humano pode, em concreto, viver intensa e solidariamente o seu tempo.
Com a investigação procurou-se alcançar três objectivos: o primeiro foi tornar visível a grande vitalidade interpelativa da obra; o segundo foi compreender a peculiar abordagem da educação realizada por Krishnamurti que, sem ceder à tentação do discurso abstracto, se manteve fiel à radicalidade e universalidade do exercício interrogativo; o terceiro, mais delimitado, foi mostrar como a actividade educativa representa, simultaneamente, uma crítica à autocracia mental, uma ruptura permanente com o já-dado e uma opção pela liberdade, sendo a escuta a atitude diferencial que sinaliza o aprender rigoroso, a comunicação desobstaculizada e a relação criativa.
A obra krishnamurtiana tem qualidade hermenêutica suficiente para representar uma reflexão universal sobre o sentido da educação e exprimir, a seu modo, questões de grande pertinência, mas a sua produção oral suscita algumas dificuldades.
São muitas e pertinentes as questões educativas provocadas por Krishnamurti. Muitas, não como enunciações avulsas e quantificáveis, não, ainda, como consequência da distensão temporal da sua actividade pedagógica, mas como expressão duma visão global da educação entretecida na compreensão do sentido da vida. Pertinentes, porque assumem a crise da educação, alargando-a à crise do homem e do mundo.
As questões distinguem-se porque dispensam o discurso absoluto sem prejuízo da intensidade interpelativa e a maior parte reconhecem-se imediatamente, quer por persistirem na história do pensamento educativo, quer por revelarem aspectos constitutivos da problemática contemporânea. Outras, porém, requerem que se apure o sentido da sua emergência na obra, como é o caso da escuta e art of listening'), condição imprescindível da comunicação autêntica e do aprender livre e verdadeiro.
Ora, quando se procura encontrar a razão que dinamiza eticamente tais questões ou a sua justificação radical na ordem da existência, e para isso temos de as integrar na obra, deparamo-nos com dificuldades em localizar o campo de tratamento próprio pois, devido à natureza oral da obra e ao tipo de investigação efectuada (in actu), não existe um corpo sistematizado de clara subordinação temática. Quer dizer, as questões e a investigação por elas desencadeada formam pequenas peças discursivas, cheias de interrupções, de desvios e de aporias, que quase sempre inviabilizam a recuperação do tema central. Da adição de tais pequenas peças resulta a obra e deste difícil comportamento discursivo procede a peculiaridade da sua |
URI: | http://hdl.handle.net/10174/11731 |
Type: | doctoralThesis |
Appears in Collections: | BIB - Formação Avançada - Teses de Doutoramento
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