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http://hdl.handle.net/10174/11282
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Title: | Certamente ídolos, ou coisa semelhante: estudo historiográfico e comparativo dos exemplos e sensibilidades do elemento 'pré-romano' na arte das antigas sociedades do território português. |
Authors: | Patrocínio, Manuel Francisco Soares do |
Advisors: | Maciel, Manuel Justino Pinheiro Machado, José Alberto Simões Gomes |
Keywords: | Estudo historiográfico Elemento pré-romano Arte das antigas sociedades Território português Arte no contexto das sociedades peninsulares Cultura museográfica em portugal |
Issue Date: | 2002 |
Publisher: | Universidade de Évora |
Abstract: | "Sem resumo feito pelo autor"; - Iniciaremos o nosso percurso pela abordagem e consideração de diversos aspectos que se congregam no sentido preliminar que antecede todo o necessário âmbito de um universo particular de estudo. Destaca-se, obviamente, toda a importância e interesse que detêm as peças de uma antiga realidade histórica e cultural; mas, para as compreendermos, tanto no seu respectivo valor documental, como, até, no seu papel actual, houve que prosseguir o esforço de tentar perceber o modo como foi resgatada cada uma dessas antigas realizações, ou como vieram a merecer a valorização que, entretanto, lhes conferimos.
Se, é certo, as civilizações tentam restituir-se pela globalidade das suas realizações, não será menos evidente que cada cultura possui a sua própria capacidade de expressão de valores e habilidade técnica que transforma o que, por carácter intrínseco, pertence ao domínio espiritual.
Daí a dupla importância concedida aos objectos e artefactos que se repartem por diferentes áreas e possuem, cada qual, a sua própria cronologia,
repartem por diferentes áreas e possuem, cada qual, a sua própria cronologia,
sendo, então, sinais do tempo que passou, tanto quanto possuem, afinal, o
carácter 'anti-histórico', de representarem, enfim, algo que permanece, e
simbolizando, enquanto matéria, tudo o que não tem formulação possível, senão
somente como aproximação a ideias e emoções.
Na explicação possível dos versos de Estesícoro de Himera, poeta grego
arcaico, o qual, desde logo, pela época em que se insere, muito se enquadra no
que se pretende aqui evocar do domínio de séculos, ao mesmo tempo nebulosos e
maravilhosos, e cuja palinódia nos vem servir aqui de epigrama, ao indicar-se que
não é verdade uma determinada história, pressupõe-se como necessário a
apresentação de uma explicação alternativa quanto ao que se julgava ter sido a
((verdade)), mas que o reposicionamento de perspectivas vem a conceder novo
entendimento.
É afinal, esse, o propósito de todo o estudo e investigação, não que sempre
se consiga desmentir o que foi dito antes ou concretizar eficazmente qualquer
proposta de correcção, mas, pelo menos, é, cada dissertação que se completa,
uma tentativa nessa via.
Estesícoro pegava num tema tradicional, a gesta de Helena, e
transformou-o, aqui, pela invenção, ou, porventura, pela atenção que lhe prendera
alguma coisa lógica que outros, antes de si, talvez não tivessem reparado. E
assim, apresentou a princesa de Tróia como tendo sido raptada e lavada para o
Egipto, numa versão alternativa dos elementos que eram correntes.
Não importa salientar qualquer juízo acerca do resultado conseguido com
esta alteração; trata-se somente de um poema. 0 que importa, antes, é reparar no
modo como o poeta se propôs compor uma mudança no que seria comum
aceitar-se como certo. Deslocou a perspectiva de abordagem do tema
tradicional e apresentou outra, contando, seguidamente, a mesma história, mas à
sua maneira.
De certo modo, é precisamente isso o que se assume, também, como
nossa intenção: contar e descrever algo que, desde há muito, é, de facto, um tema tradicional, com as suas respectivas ideias associadas, em conclusões que, facilmente, se vieram a tornar correntes, ao ponto de se reduzirem ao âmbito de ideias comuns que dificilmente esclarecem o que se procura da verdade histórica.
E, do que houve a cumprir, foi, desde logo, a revisitação da própria tradição, ou seja, a releitura do que já havia sido dito e publicado quanto à Antiguidade do território, de modo a aferir a possível crítica.
Sucede que, do aprofundamento que veio a decorrer desse mesmo trabalho, tanto houve aspectos que, de facto, se vieram a esclarecer na sua devida profundidade, como outros que, muito enraizadamente, não deixaram de ficar apegados à intuição fundamental com que, pela primeira vez, viriam a ser formulados, mas ficando entretanto esquecidos. Por isso mesmo, houve que reescrevê-los; mas uma coisa ao lado da outra.
0 trabalho historiográfico nunca foi um acto imparcial. |
URI: | http://hdl.handle.net/10174/11282 |
Type: | doctoralThesis |
Appears in Collections: | BIB - Formação Avançada - Teses de Doutoramento
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