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Title: Paisagem, cidade e património. O sistema urbano Olhão-Faro-Loulé. Propostas para uma estratégia de intervenções integradas de requalificação urbana e valorização ambiental
Authors: Batista, Desidério Luís Sares
Advisors: Jorge, Virgolino Ferreira
Keywords: Paisagem, cidade e património
Sistema urbano olhão-faro-loulé
Propostas para uma estratégia de intervenção integradas
Requalificação urbana
Valorização ambiental
Issue Date: 2009
Publisher: Universidade de Évora
Abstract: "Sem resumo feito pelo autor"; As actividades humanas desenvolvem-se de forma sistemática, cumulativa e continuada sobre a Terra, desde há milhares de anos, produzindo alterações significativas na sua face. Desde que o Homem primitivo recolheu os primeiros frutos da Natureza e caçou os primeiros animais, teve início um lento mas profundo processo de transformação do território cujo resultado, visível para todos, é a construção de Paisagens. Esta decorre para além da acção directa da Natureza, directamente da acção humana sobre a matriz biofísica com vista à transformação dos ecossistemas naturais no sentido do aproveitamento eficaz dos recursos e é, implicitamente, influenciada pela sua cultura. Durante milénios e até há relativamente pouco tempo, este processo caracterizou-se, ao nível do planeta, por um relativo equilíbrio Homem – Natureza consequência de acções colectivas baseadas num conhecimento empírico e inter-geracional, e sensibilidade aos processos naturais, de que resultaram paisagens tradicionais caracterizadas pela beleza e harmonia. No entanto, ao longo do último século e fundamentalmente nas últimas décadas, este equilíbrio tem vindo a ser seriamente comprometido e este tipo de actuação a ser substituído pelo cada vez mais acelerado, intenso e abrangente processo de metamorfose e degradação paisagística, à medida que aumentou o ritmo, a escala e a complexidade das intervenções. Se durante grande parte da história da Humanidade, a exploração e utilização dos recursos se limitou a espaços muito concretos e se baseou no aproveitamento e ocupação equilibrada dos mesmos, a evolução das sociedades, das perspectivas económicas e dos valores dominantes ditaram, mais recentemente, alterações nas actividades económicas e nos sistemas de exploração do território, assim como nos meios e modos de vida que, baseados numa visão de curto prazo e na procura do rápido rendimento, têm sido responsáveis pela progressiva degradação paisagística e ambiental. Com efeito, hoje em dia, através do elevado nível tecnológico alcançado, de uma população mundial crescente com uma profunda alteração quer da sua distribuição espacial, quer das suas necessidades e comportamentos, e do enorme crescimento e desenvolvimento das cidades, as intervenções humanas atingem níveis de abrangência e de influência nunca antes experimentados. Intervenções que têm desrespeitado, com demasiada frequência, as próprias "regras e limites" da paisagem, originando situações que põem em risco a sua estabilidade física, integridade ecológica, identidade cultural e sustentabilidade económica, para além da qualidade de vida do próprio Homem e as suas perspectivas de futuro. O Homem parece ter esquecido o seu lugar no Ecossistema Global e o seu papel, como agente primordial, no processo de construção e gestão da paisagem, enquanto seu habitat. Embora seja evidente que, globalmente, se assistiu a um progresso no percurso do Homem ao longo do tempo, nem sempre as conquistas que marcaram este processo se têm reflectido num efectivo desenvolvimento social, cultural e económico, não sendo, por isso, exagerado referir que, como resultado de uma exploração do território com o objectivo único da maximização da sua produtividade, alheia à importância e ao valor dos sistemas naturais e dos mosaicos culturais que sustentam e qualificam a paisagem contemporânea, esta apresenta-se, globalmente, em crise. Os sintomas da crise que afecta a paisagem neste início de milénio, consequência da aceleração e intensificação drástica dos processos de transformação, manifestam-se através de um vasto conjunto de problemas e desequilíbrios que, não sendo exclusivos da época actual, adquiriram uma gravidade sem precedentes por: (i) se terem generalizado em termos espaciais, ocorrendo tanto no campo como na cidade e nesta quer no centro, quer na periferia, (ii) corresponderem, em termos temporais, a processos mais rápidos e, muitas vezes, irreversíveis, e no geral (iii) se tratar de intervenções que demonstram quer um absoluto desprezo e desrespeito pelo esforço dispendido e saber acumulado pelas sucessivas gerações, quer pela falta de compreensão e sensibilidade relativamente à essência, ao funcionamento, ao valor e complexidade das paisagens que são modificadas ignorando o seu valor económico, os seus conteúdos formais e estéticos, a continuidade dos ecossistemas, a riqueza patrimonial que detêm e a sua importância na qualidade de vida das comunidades humanas. Se é evidente que a paisagem sofre, actualmente, uma série de processos de homogeneização e fragmentação associados à crescente urbanização, à extensão das redes de infra-estruturas de comunicação e às profundas modificações dos sistemas de utilização da terra, considerados os mais significativos e os de maior incidência sobre as estruturas morfológicas e funcionais da paisagem, é um facto que nos encontramos, hoje, numa situação de confronto entre as paisagens tradicionais e as contemporâneas. Apesar de a paisagem, pelas razões já apontadas, ter evoluído nas últimas décadas no sentido da diminuição da sua diversidade e complexidade, e da perda de elementos e estruturas essenciais ao seu estado de equilíbrio funcional e ecológico, permanece, no entanto, uma parte da sua estrutura física e algumas referências espaciais reveladoras da relação simbiótica entre a sociedade e o território, que teimam em resistir a essa exagerada simplificação e tendência homogeneizadora.
URI: http://hdl.handle.net/10174/11099
Type: doctoralThesis
Appears in Collections:BIB - Formação Avançada - Teses de Doutoramento

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