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http://hdl.handle.net/10174/11059
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Title: | Património - Políticas e Práticas Culturais |
Authors: | Esperança, Eduardo Jorge Santos |
Advisors: | Miranda, Bragança de |
Keywords: | Património Práticas culturais Abordagem comunicacional |
Issue Date: | 1999 |
Publisher: | Universidade de Évora |
Abstract: | "Sem resumo feito pelo autor"; - Um Caminho - No início deste nosso percurso, é de referir o importante factor de formação que foi oferecido pelo Departamento de Comunicação Social da Universidade Nova de Lisboa, durante todo o tempo em que decorreu a parte lectiva da Licenciatura, com destaque para o estudo da Comunicação e dos Media, baseados essencialmente nas diversas Sociologias e algumas Ciências da Linguagem. Quanto à parte de pesquisa, já é necessário referir alguns pormenores desde essa altura em que iniciámos o trabalho de pesquisa sobre o património filmico nacional. Já antes do início do Mestrado era grande o nosso envolvimento profissional com a Cinemateca Portuguesa, particularmente na preparação do projecto do ANIM —Arquivo Nacional das Imagens em Movimento — em conjunto com o Eng° José Manuel Costa, hoje coordenador do ANIM e responsável pelo programa Europeu Moliére.
Nesse trabalho, começámos por questionar as vias possíveis para se pensar o arquivo nas, e para lá das referências conhecidas; Benjamim, Foucault, André Bazin, etc. Toda a reflexão acabou por girar em volta de três questões-chave;
a) A grande questão ontológica - porque se conservam filmes/imagens em movimento?
b) A grande questão pragmática - para que se conservam filmes/imagens em movimento?
b. 1.- A questão derivada que estabelece o imperativo axiológico da selecção; o que conservar?
Depois de algumas considerações sobre os diversos dispositivos de
conservação, tal como sobre os seus suportes sociais, foi abordada a
questão da materialidade destes objectos específicos e o modo como
envolvem e são envolvidos na sua relação de manutenção.
Um capítulo mais longo observa o trabalho da memória e os seus modos
de percepção, tanto na sua relação com o Tempo e a História, como com
as políticas do Presente. A necessidade da memória repercute não apenas a
necessidade de ordenação do presente cronológico, como a ordenação no
presente do imanente caos social, na procura de força para a
imposição ritual das práticas que o devem estruturar. A seguir, surgem
os problemas da imersão na linguagem e a abordagem ontológica de
Bazin — The Ontology of Photog raphic Imag e — a partir da qual se
tenta extrapolar algum suporte ontológico para a actividade
conservacionista e arquivistica dos sujeitos na sua relação com a
imagem. Aqui, o essencial a reter é o modo como o Tempo, tornado
cada vez mais irreversível, vai impondo práticas de conservação e
cristalização dos objectos por onde circula; o modo como o investimento
espectacular da sua mediação encontra na imagem retida/arquivada o
supremo objecto de recuperação na perda que acontece com essa
irreversibilidade.
Depois destas questões essencialmente teóricas, surge uma outra mais
transversal com que há bastantes anos os arquivistas se debatem: dentro
do universo de todas as imagens recolhidas, apenas uma parte pode ser
conservada; qual? É o problema axiológico da selecção que passa tanto
pelas imposições da materialidade técnica dos objectos como por toda a
construção axiológica em que se estruturam os valores que comandam a
acção do arquivistica. É este um verdadeiro ponto de fusão entre a
práxis quotidiana de quem tem de administrar decisões acerca da vida ou
morte das imagens, e que por esse logos produzido a partir da sucessão de actos que se vão impondo', acaba por construir uma axiologia do arquivo, uma grelha de valores guia das diversas decisões que se sucedem.
É em seguida feita uma rápida alusão às transformações já a serem operadas pelos novos media, aos novos modelos de acesso à imagem. As últimas páginas detêm-se sobre a análise de alguns documentos exemplares de toda a dissertação até aí produzida.
Caminhos Possíveis:
Assim, e no seguimento de uma sensibilidade a que já havíamos sido expostos nesta pesquisa sobre o arquivo do património fílmico passamos, nesta etapa, ao Património, numa abordagem mais abrangente, à totalidade dos objectos que o podem constituir2, analisando em particular o imaginário social que reflecte a sua existência.
Perante a vastidão de opções por onde se poderia enveredar, esta era uma das que entroncava sem sobressaltos na continuidade do primeiro trabalho, e que melhor correspondia ao capital de saber em reserva e, particularmente, às nossas aspirações relativamente à direcção, áreas de expansão desse capital. Esta é, mesmo assim, uma área vastíssima, que nos obrigou, em seguida, a outras opções que assim se apontam:
1- Abordar uma área de pesquisa relativamente circunscrita e explorável à exaustão;
2- ou, uma área mais vasta, eventualmente passível de um tratamento mais abrangente e de síntese, pelo menos no que se refere a algumas facetas mais expostas e sensíveis à abordagem comunicacional.
A decisão relativamente a uma opção do ponto 1. não nos pareceria difícil, apenas uma questão de escolha entre os objectos específicos a abordar e explorar à exaustão; uma solução muito comum no nosso meio. Já relativamente ao ponto 2., se perfilavam géneros de opção diferentes, especialmente pela sua extensão. Poderíamos, por exemplo, ter optado pela circunscrição deste estudo ao património nacional, práticas e políticas internas. Talvez isso nos tivesse mais facilitado o financiamento de um projecto, mas tínhamos já vários dados complementares que nos faziam evitar tal opção. Sabíamos que qualquer referência e reflexão em volta do património se começa a não poder constrangir a fronteiras geográficas ou políticas, sob pena e risco de se produzirem todo o tipo de distorsões. Neste momento (1995), a cena socio-política portuguesa é rica de casos que cruzam a administração económica, política e do património. Teria eventualmente sido mais empolgante a abordagem circunscrita a um desses casos — fossem eles o da inventariação patrimonial, ou o caso "Foz Côa". Acontece que se impunha este trabalho prévio sem o qual o arranque para a investigação localizada seria bem mais titubeante. Por outro lado, quaisquer dos casos mais interessantes, se encontram em "processo pendente", alguns ainda no seu início, e não parece haver interesse de qualquer força político-administrativa na consulta ou estudo de casos por vias periciais de resultado menos previsível. |
URI: | http://hdl.handle.net/10174/11059 |
Type: | doctoralThesis |
Appears in Collections: | BIB - Formação Avançada - Teses de Doutoramento
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