Please use this identifier to cite or link to this item: http://hdl.handle.net/10174/11025

Title: Estudo Fitossociológico do Barrocal Algarvio (Tavira-Portimão)
Authors: Pinto-Gomes, Carlos
Advisors: Lousã, Mário
Keywords: Barrocal algarvio
Flora
Coberto vegetal
Tipologia fitossociológico
Biolclimatologia
Fitossociológico
Issue Date: 1998
Publisher: Universidade de Évora
Abstract: "Sem resumo feito pelo autor"; - Desde há muito que o Professor Malato-Beliz, com o seu saber, experiência e empenho, nos sensibilizou para a importância e necessidade de aprofundar o conhecimento florístico e vegetal do Barrocal algarvio. Tal facto, associado à necessidade académica de apresentara dissertação e de a submeter à apreciação de júri qualificado para a obtenção do grau de Doutor em Ciências do Ambiente, Ramo Ecologia Vegetal, levou-nos à decisão de escolher aquela Região. Feita a escolha e fixados os limites da área estudada desenvolveu-se, de 1993 a 1997, um trabalho intensivo, que nos permitiu percorrer, observar e amostrar, em distintas épocas do ano, e em várias direcções, por vezes enfrentando situações dificeis, as encostas e cerros do Barrocal. Além do trabalho realizado pelo notável e insigne fitossociólogo Prof. Malato-Beliz, muitos outros botânicos percorreram e estudaram este território. Assim, nos séculos XVII e XVIII, Tournefort (HENRIQUES, 1890), Hoffmansegg & Link (PINTO DA SILVA, 1986) e Brotero (FERNANDES In PEIXOTO & al., 1985) exploravam estas superficies. Também WILLKOMM (1855, 1896), testemunha a sua presença, na primeira metade do século XIX, ao efectuar uma viagem ao sul de Espanha e de Portugal, percorrendo estes territórios (FERNANDES, op. cit.). No mesmo século, MACHADO (1925-1933) assinala a presença, na área estudada, dos botânicos Welwitsch, G. Sampaio, Molier e Luisier. BARROS GOMES (1878) publica a Carta Xylographica de Portugal. Ainda neste século, e com o objectivo de herborizar espécies para a nova Flora de Portugal, percorreram também estas superficies o conde de Ficalho (DAVEAU,1897, 1898), e Pereira Coutinho, entre muitos outros. Já no século XX, foram numerosos os botânicos que herborizaram em territórios algarvios. Apenas a título elucidativo, e baseando-nos somente no trabalho de VASCONCELLOS & FRANCO (1954), citam-se alguns dos mais destacados, como Bento-Rainha, Fontes, Franco, Guimarães, Mendonça, Myre, Pinto Da Silva, Vasconcellos, entre outros. Como corolário da passagem de ilustres botânicos e outros especialistas na área da ecologia, na qual se destacam os fitossociólogos, referem-se alguns dos inúmeros trabalhos sobre flora e vegetação que incluem directa ou indirectamente áreas do Barrocal. Assim, destacamos: HENRIQUES (1905),CHODAT (1909). LAUTENSACH (1932), GAUSSEN (1940) VASCONCELLOS (1929, 1943), ROTHMALER (1943), MYRE & PINTO DA SILVA (1949), FEIO (1949, 1951), PIRES (1949, 1952), VASCONCELLOS & FRANCO (1954) BRAUN-BLANQUET & al. (1964), RIVAS GODAY & RIVASMARTíNEZ (1967); RIVAS-MARTÍNEZ(1 974, 1978, 1979, 1981), RIVAS-MARTÍNEZ & RIVAS GODAY (1976), SAUVAGE, C. (1978), MALATO-BELIZ (1978, 1982, 1988), FEIO & ALMEIDA (1980), FRANCO & al. (1980, 1982) JONES (1980), RIBEIRO (1980), LEAL DE OLIVEIRA (1980), LEAL DE OLIVEIRA & al. (1984), SERGIO & al. (1984), DUARTE & al. (1984), FERNANDES-CASAS, (1985), LOUSÃ.(1985), ESPÍRITO-SANTO (1988, 1989); RIVAS-MARTÍNEZ & al. (1990), COSTA (1991), ESPIRITO-SANTO & al. (1992, 1992a), LOUSÃ & ai. (1987, 1989). Apesar dos estudos já realizados, e dada a grande diversidade fitocenótica e paisagística, de singular beleza, ainda é possível dar a conhecer novos aspectos florísticos e fitossociológicos, indispensáveis para o ordenamento do território e conservação da Natureza que, em trabalhos anteriores, não foram objecto de tratamento. Efectivamente, a paisagem do Barrocal apresenta uma grande diversidade paisagística, onde as encostas se sucedem em "bandas" paralelas, do Litoral para a Serra, mais ou menos revestidas por bosques fragmentários de azinhais, carvalhais e suas etapas de substituição (medronhais, carrascais, sargaçais, tojais e tomilhais), que alternam com campos cultivados de alfarrobeiras e amendoeiras, intercaladas, nos pontos de menor altitude, por cursos de água, frequentemente orlados de vegetação ribeirinha (freixiais, salgueirais, tamargais, loendrais e canaviais) e, nos pontos culminantes, por penhascos e escarpas rochosas, dominadas por zimbrais, sobretudo na parte mais setentrional. Embora a vegetação natural, devidamente adaptada às condições ambientais vigentes, encerre um elevado interesse científico, na actualidade espelha bem os efeitos de uma secular e intensa actividade humana nestas superficies. A existência de extensas manchas de tomilhais, xarais, tojais e carrascais denuncia as perturbações constantes que este território tem sofrido, normalmente através de lavouras, de cortes sistemáticos de matos e até do fogo e, mais recentemente, da urbanização desenfreada, legal e ilegal, sobretudo nos cerros mais próximos do mar e nas envolvências de aglomerados populacionais (v. g. a cidade de Loulé). Efectivamente este cenário faz lembrar uma plantação de betão, destruindo habitas e espécies, raras e endémicas, ameaçadas de extinção que, em boa hora, a Comunidade Europeia, através da Directiva 92/43/CEE, considerou de interesse comunitário, cuja conservação exige a designação de Zonas Especiais de Conservação (ZEC). Todavia, existem, ainda, alguns recantos, menos acessíveis à actividade humana, onde é possível encontrar testemunhos das formações climácicas de outrora, que urge preservar. Por outro lado, o "abandono" da actividade agrícola e da produção de cal tem permitido à "Mãe Natureza", através da dinâmica vegetal, reconstruir as distintas etapas seriais da vegetação potencial que urge gerir de modo a conservar e valorizar. Perante tal cenário, é necessário conhecer, de forma mais profunda, o Barrocal, disponibilizando toda a informação sobre as espécies e habitais de maior interesse científico que ocorrem nesta região. Neste sentido, para melhor compreendermos o coberto vegetal, e antes de entrar propriamente no tema central, o capítulo I trata, ainda que sucintamente, dos aspectos biofisicos mais determinantes (Geografia, Geologia e Geomorfologia, Pedologia, Bioclimatologia e Biogeografia) e apresenta uma breve resenha histórica da acção antrópica deste território, destacando alguns dos acontecimentos que ao longo do tempo maior influência exerceram nas características e traços da paisagem actual do Barrocal. Como o conhecimento da flora é imprescindível para o estudo da vegetação, apresentamos, no capítulo II um catálogo florístico, ordenado alfabeticamente, através dos géneros, com indicações sobre a ecologia, frequência, fitogeografia, fitossociologia, entre outros. A fim de destacara peculiaridade da flora existente, tecem-se umas breves considerações sobre a flora local, dando particular destaque às espécies novas para Portugal e para a região, bem como aos taxa raros e endémicos. Uma vez conhecida a flora, dedica-se o capítulo III à descrição e análise da vegetação, seguindo o método da escola sigmatista (de SIGMA: Station International de Géobotanique Méditerranéene et Alpine), descrevem-se as principais comunidades vegetais detectadas, seu comportamento ecológico e dinâmico, acompanhadas de quadros de inventários fitossociológicos. Ainda no capítulo III, delineia-se uma abordagem às séries de vegetação, presentes no território estudado, por se haver considerado indispensável e de extrema importância para reconhecer e diagnosticar o estado da vegetação, a fim de contribuir de forma significativa para a gestão e conservação das comunidades vegetais de maior interesse científico, através da utilização de técnicas de fitossociologia integrada. Para um melhor conhecimento do território, apresenta-se no capítulo IV a cartografia, à escala 1:100 000, da vegetação actual e potencial, bem como dos habitais do anexo I e das espécies do anexo II da Directiva 92/43/CEE, vulgarmente conhecida por "REDE NATURA 2000". Por último, no capítulo V, indicam-se os sítios com maior interesse científico, na área estudada, sendo apontadas algumas medidas fundamentais para a sua gestão e conservação, bem como denunciadas as principais ameaças à flora e vegetação, tendo sempre em vista o Ordenamento do território e a conservação da Natureza.
URI: http://hdl.handle.net/10174/11025
Type: doctoralThesis
Appears in Collections:BIB - Formação Avançada - Teses de Doutoramento

Files in This Item:

File Description SizeFormat
Carlos José Pinto Gomes - 169 003.pdf92.2 MBAdobe PDFView/Open
FacebookTwitterDeliciousLinkedInDiggGoogle BookmarksMySpaceOrkut
Formato BibTex mendeley Endnote Logotipo do DeGóis 

Items in DSpace are protected by copyright, with all rights reserved, unless otherwise indicated.

 

Dspace Dspace
DSpace Software, version 1.6.2 Copyright © 2002-2008 MIT and Hewlett-Packard - Feedback
UEvora B-On Curriculum DeGois