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http://hdl.handle.net/10174/11001
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Title: | A Faixa Litoral entre a Nazaré e Peniche (unidades geomorfológicas e dinâmica actual dos sistemas litorais) |
Authors: | Henriques, Maria Virgínia Faria João Rodrigues |
Keywords: | Sistemas flúvio-marinhos Praias Sistemas geomorfológicos Orla mesocenozóica Sistemas de arriba Formas das praias |
Issue Date: | 1996 |
Publisher: | Universidade de Évora |
Abstract: | "Sem resumo feito pelo autor"; - O conceito de faixa litoral. Em linguagem corrente o termo Costa é usado para designar o local onde se estabelece o contacto entre o mar e a terra, ou seja, onde a litosfera e a hidrosfera se interceptam, noção que tem implícita a separação entre dois domínios distintos.
A linha de costa, de acordo com M. E. Moreira (1984), coincide com o nível atingido pela maré mais alta em período de calma. No entanto a separação entre os ambientes continental e marinho não se restringe apenas a uma linha, mas a uma faixa, na qual se articulam complexos sistemas geomorfológicos e biológicos. Como os processos da dinâmica continental e marinha se interpenetram e actuam muito para além da linha de costa e esta não é, nem foi, fixa, pareceu-nos mais correcto, de acordo com o conceito apresentado, utilizar os termos faixa litoral, ou costeira.
Designamos como faixa litoral a superfície do continente em contacto directo com o mar, ou afectado por fenómenos característicos dessa faixa de transição e utilizamos este termo para designar a orla do continente em que se fazem,ou fizeram, sentir os processos marinhos, não a restringindo apenas à faixa submersa da rebentação e ao espaço entre marés. Engloba assim a superfície ocupada pelas arribas vivas ou mortas, pelas formas eólicas móveis e estabilizadas, pelos estuários, pelas lagunas, pelas planícies aluviais e pelas plataformas continental e litoral que são, ou foram, modeladas pelos agentes marinhos.
A área estudada
Na sequência da pesquisa iniciada no Mestrado em Geomorfologia do Litoral escolheu-se
como área de estudo, o trecho da costa ocidental portuguesa entre a Nazaré e Peniche, com
cerca de 50 km de comprimento, região que conhecíamos há muitos anos, cujas formas e
evolução antrópica recente suscitaram o nosso interesse.
É o único trecho da costa ocidental e oriental exposto aos ventos e ondulação predominantes de NW e, onde o fornecimento de material sedimentar (do continente e da plataforma) é muito reduzido, dada a pequena largura da plataforma continental (cerca de 500 m), a proximidade do canhão submarino da Nazaré e a ausência de tributários importantes.
A orientação rígida da faixa costeira (45°E) é determinada em parte pela presença, a oriente, da depressão diapírica das Caldas da Rainha, o que faz com que este trecho litoral de pequena extensão, constitua uma unidade geomorfológica e dinâmica, individulizada das existentes ao Norte e ao Sul.
A dinâmica litoral da área caracterizada por um balanço sedimentar positivo, provocou nos últimos séculos o assoreamento de portos medievais importantes (Pederneira, Alfeizerão, Salir, S. Maninho do Porto e Atouguia da Baleia) e a formação de cordões litorais que isolaram pequenas lagunas na parte terminal das planícies aluviais. A evolução destas áreas encontra-se relatada em documentos da época. Como a tendência do balanço sedimentar litoral se alterou, assiste-se, actualmente, ao desmantelamento de algumas das formas litorais. Tentou-se, dentro do possível, compreender a evolução deste sector litoral analisando as alterações registadas, em especial nos últimos anos, de modo a tentar prever a evolução futura.
Plano do trabalho
Na primeira parte são abordadas as características e a evolução geomorfológica da faixa
litoral estudada. Apresenta-se o enquadramento da área no conjunto da orla mesozóica ocidental e os mais importantes elementos que caracterizam o quadro físico, com destaque para as principais unidades de relevo (plataforma litoral a ocidente da Serra dos Candeeiros, as depressões diapírica e de sopé e as várzeas adjacentes) e os regimes climático e de agitação marítima que condicionam a modelação das formas litorais.
Na segunda parte distinguem-se os vários sistemas litorais de acordo com as características geomorfológicas e a dinâmia actual de cada um deles. São considerados:
− os sistemas de arriba, que abrangem as arribas mortas ou inactivas e as arribas vivas com plataformas de erosão e acumulação assim como as formas eólicas associadas
− os sistemas de praia, que englobam os sistemas de praia-arriba, praia-duna, praia - -cordão litoral e de praia com limite superior artificial
− os sistemas flúvio-marinhos onde são descritas as formas lagunares e a sua evolução histórica.
Nesta abordagem é dado maior destaque às formas actualmente afectadas pela dinâmica litoral, tendo em atenção a interdependência dos sistemas no conjunto da faixa litoral e as principais etapas da evolução pós-Holocénica. Como a partir do século XII as alterações morfológicas se encontram razoavelmente documentadas, apresenta-se uma resenha dessa evolução e das relações estabelecidas entre o homem e este espaço em rápida transformação.
Por último é apresentada uma síntese e indicada a biliografia referida no texto, assim como dos elementos consultados e relacionados com o tema e área, embora não citados. |
URI: | http://hdl.handle.net/10174/11001 |
Type: | doctoralThesis |
Appears in Collections: | BIB - Formação Avançada - Teses de Doutoramento
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