DSpace Collection:
http://hdl.handle.net/10174/18334
2024-03-29T15:19:06Z2.- Uma visão "materialista" da emancipação das mulheres (2ª parte)
http://hdl.handle.net/10174/36523
Title: 2.- Uma visão "materialista" da emancipação das mulheres (2ª parte)
Authors: Santos, José Rodrigues dos
Abstract: A acompanhar a melhoria que acima evocámos, (ver nota*) com desfasamentos variáveis no tempo e no espaço, veio a das condições materiais gerais de existência (não específicas da condição feminina) que também já fomos evocando antes (fim das fomes recorrentes, progressos da medicina, melhoria das habitações - água corrente, esgotos e bem mais tarde, é certo, a electrificação). Menos facilmente percepcionado foi o paralelismo entre o aumento da produtividade industrial (mecanização, automatização) e o aumento da produtividade do trabalho doméstico, que foi difícil considerar como verdadeiro trabalho. O acesso à rede eléctrica e a mecanização de muitas tarefas domésticas marcaram um salto tecnológico (e o consequente aumento da produtividade) que terá tido lugar na segunda metade do século XX. Acrescentado ao movimento que vinha de longe, foi ele que libertou em proporções decisivas o tempo de trabalho doméstico que pesava sobre as mulheres e tornou possível a aceleração do seu ingresso em massa no mercado do trabalho assalariado (com taxas de actividade que de 33% no início do século XX sobem para quase 80% no presente).2023-09-04T23:00:00Z3. Emancipações femininas: vistas de cima, vistas de baixo (3ª parte)
http://hdl.handle.net/10174/36503
Title: 3. Emancipações femininas: vistas de cima, vistas de baixo (3ª parte)
Authors: Santos, José Rodrigues dos
Abstract: A descrição da "condição feminina" e dos factores materiais que a delimitavam, que retomo nos seus traços gerais do discurso de Véra Nikolski (VN), enferma de uma dupla lacuna: (i) a não consideração das profundas diferenças de classe que fazem da noção de "condição feminina" genérica algo de abstracto e de injusto. Ora, um parâmetro comum a todos o estratos sociais existe: são mulheres que engravidam e dão à luz. Mas entre as mulheres da burguesia e as mulheres das classes populares , as condições materiais de todos os momentos do processo de reprodução biológica e da criação dos filhos, criam um fosso incomensurável entre as classes. (ii) o apagamento do contributo essencial das mulheres para o conjunto da vida social, desde as sociedades pré-industriais e na fase da industrialização que precede a transformação tecnológica do ambiente doméstico, que uma visão excessivamente vitimista transmite.2023-09-25T23:00:00Z6. Emancipação, maternidade, reprodução: a "Pílula" e o Aborto. (6ª parte)
http://hdl.handle.net/10174/36432
Title: 6. Emancipação, maternidade, reprodução: a "Pílula" e o Aborto. (6ª parte)
Authors: Santos, José Rodrigues dos
Abstract: O impacto extraordinário que viria a ter, quase de imediato, a legalização da contracepção oral (primeiro, comparticipada pela Segurança Social e em seguida, gratuita), não foi, segundo Françoise Héritier, nem previsto, nem desejado, pelos responsáveis da decisão política.
Escreve Françoise Héritier: "Este instrumento de emancipação foi concedido às mulheres praticamente por engano. Os governos da época eram sem dúvida movidos por intenções muito generosas, mas não se aperceberam das consequências que tal decisão poderia ter. (...) No espírito dos parlamentares, o acesso à contracepção era um meio de regulação dos nascimentos que ia ser confiado à mulheres, nunca uma alavanca para acederem à autonomia e à liberdade".O processo de decisão, acessível e documentado, merece atenção. É um debate entre homens (98% dos deputados e senadores). As preocupações que revelam incidem nos eventuais efeitos sobre a natalidade: não são apenas homens, são "Homens de Estado" e o aspecto liberatório da lei não é o que os motiva. (...) Mas os parlamentares tiveram, é certo, a vista curta. Porque o problema de fundo só surgiu depois de levantado o obstáculo à liberdade sexual a que todos e todas aspiravam - e esse problema era o controlo da maternidade e da procriação. Ora este era entregue às mulheres, a quem a lei Veil e seguintes atribuíram o privilégio exclusivo da decisão de engravidar ou não e de interromper ou de não interromper uma gravidez. E ninguém parecia saber quão grande era a diferença entre o número de gravidezes voluntárias e o número de gravidezes não intencionais: estas eram afinal muito mais numerosas do que se pensava.2023-11-06T00:00:00Z4. Emancipação feminina: entre vitimismo e autonomia (4ª parte)
http://hdl.handle.net/10174/36429
Title: 4. Emancipação feminina: entre vitimismo e autonomia (4ª parte)
Authors: Santos, José Rodrigues dos
Abstract: uma visão demasiado negativa, vitimista, da condição feminina nos períodos anteriores à revolução industrial, apaga do horizonte histórico a importante cultura feminina e encara a mulher como mero objecto da História. Só uma perspectiva de longo prazo dá acesso às mudanças substanciais que afectaram a condição feminina, entre os períodos pré-industriais (inclusive longínquos), o período da primeira revolução industrial (1770-1830 e talvez até 1850 na Inglaterra), o período do auge da sociedade industrial, que abrange a segunda metade do século XIX e vai até à Grande Guerra (14-18) e provavelmente até 1945.2023-10-01T23:00:00Z